Petrolina (PE): Em ato simbólico contra aumento de homicídios, presidente do SINPOL-PE cita descaso do governo e sinaliza greve

Na manhã desta quarta-feira (12), o Sindicato de Policiais Civis de Pernambuco realiza um protesto simbólico na Praça da Catedral, em Petrolina (PE), espalhando cruzes contra o aumento de homicídios no estado.

O ato, que tem como objetivo chamar atenção do Governo de Pernambuco sobre o aumento de assassinatos e a falta de condições da polícia para investigar os casos, já estava programado desde o início da semana e faz um link com a recente divulgação do acusado de matar Beatriz Mota, em Petrolina.

“Hoje é um dia muito simbólico. Ontem saiu a divulgação da identificação do assassino da menina Beatriz, seis anos depois. Acho que esse protesto, hoje, serve para puder fazer o link com essa divulgação. Porque o seguinte, seis anos… isso em decorrência do que o SINPOL vem falando há muito tempo. Falta de estrutura, efetivo, valorização da base da Polícia Civil. Nosso trabalho é pra ser feito e dá resultado o quanto antes. A investigação tem que ser feita de forma profissional e isso não acontece aqui e o resultado é seis anos para achar um homicida , imagina essas mais de 3,5 mortes do ano passado”, disse o presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti.

De acordo com Rafael, os homicídios ocorridos há mais de dois anos não são investigados por falta de condições de trabalho e de efetivo. São mais de 10.000 inquéritos de homicídio parados, sem investigação. Ele reforçou que o investimento em Segurança Pública em Pernambuco é o mesmo de 2010, da mesma forma, o efetivo da Polícia Civil também é o mesmo desde 2010.

O presidente do Sinpol cobra a valorização da base, que segundo ele recebe o 25º pior salário do país e trabalha em estruturas precárias e amadoras. “No  dia 26, caso não haja uma contraproposta efetiva do governo em relação a todos os problemas que apontamos, nós iremos para uma grave”, disse.