Pernambuco teve maior taxa de votos brancos e nulos

O resultado das eleições proclamado no último domingo mostrou Pernambuco com o maior percentual de votos nulos e brancos no país. Na disputa presidencial, dos 5,3 milhões de eleitores que foram votar no estado 12,4% (667 mil pessoas) optaram por anular ou votar em branco, de acordo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com relação à disputa pelo governo do estado, o número de eleitores que seguiu o mesmo caminho chegou a 1,6 milhão. Um número maior do que os votos obtidos pelo senador Armando Monteiro (PTB), que ficou em segundo lugar na eleição estadual com 1.361.588 votos.

Na avaliação de Priscila Lapa, cientista política da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), os números revelam o momento vivido por Pernambuco que passou fase conjuntural em relação à construção dos palanques eleitorais. Priscila se refere às alianças construídas pelo PSB e PT que, segundo ela, deixou o eleitor “em uma enrascada”. “Houve uma rearrumação que não ficou muito clara aos olhos do eleitor. E isso aconteceu dos dois lados porque a oposição também não conseguiu se viabilizar como uma alternativa eleitoral”, destacou, referindo-se à coligação de Armando Monteiro.

Priscila Lapa lembrou que no caso da aliança do governador Paulo Câmara (PSB), o eleitor do PT não engoliu a aliança com os socialistas que, conforme analisou, foi fechada mais pelo aspecto eleitoral que político em razão do cenário nacional. “Os petistas ficaram como estranhos no ninho”, disse Priscila, acrescentando que diante dessa situação as pessoas não se sentiram contempladas com os palanques estaduais e optaram por anular ou votar em branco. Além disso, ela lembrou o fato do governo Paulo Câmara ter tido uma atuação econômica menos exitosa que a do ex-governador Eduardo Campos. A reeleição do socialista foi alcançada com uma diferença apertada e foi definida voto a voto nos últimos minutos da apuração.

Priscila Lapa destacou, ainda, que o eleitor de Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, também não identificou entre os candidatos estaduais alguém para votar. “Isso explica o número expressivo de votos brancos/nulos e abstinência. E mostram também o distanciamento das pessoas com as forças políticas e que elas não pactuam com as propostas que foram apresentadas”, observou a cientistas política.

De acordo com dados do TSE, percentualmente na contagem dos votos nulos e brancos Pernambuco ficou à frentre dos estados da Paraíba, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, citando os cinco primeiros. A menor parcela foi de Roraima, onde 10,3 mil pessoas invalidaram os votos, o equivalente a apenas 3,6% do total. Em relação a municípios, o maior percentual de votos brancos e nulos foi registrado em Passa Tempo (MG), com 19% do total, ou 1.096 votos. (DP).

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