Pernambuco registra em 2019 menor número de assassinatos de mulheres em 15 anos

As mortes de mulheres em Pernambuco em 2019 apresentaram o menor número em 15 anos, segundo boletim da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) divulgado nesta quarta-feira (15). O recorte considera toda a série histórica do Pacto pela Vida, iniciada em 2004. Os dados apontam um total de 198 mulheres assassinadas no Estado em 2019, valor que representa uma redução de 18,2% quando comparado com as 242 vítimas de 2018.

Desse total, 57 foram tipificados como feminícidios – 23% menos que em 2019, quando houve 74 mortes. A redução em dezembro foi de 36,45%: de 22 para 14 na comparação entre os dois anos. Os estupros caíram 17,5% entre os dezembros (de 200 para 165) e 12,14% entre os anos (de 2.751 para 2.417).

Já o número total de homicídios em Pernambuco apresentou uma redução de 16,9% em 2019 em comparação com 2018. O Estado contabilizou 3.466 crimes violentos letais intencionais (CVLIs) no ano passado e 4.173 no anterior. A marca de 2019 é a menor dos últimos cinco anos. No recorte de dezembro de 2019, foram 293 assassinatos – 4,6% menos que o mesmo mês de 2018. Os números colocam o mês como o 25º seguido de redução e o com menos mortes desde 2013.

A cidade do Recife apresentou retração de 17,97% entre 2018 e 2019: de 601 para 493 homicídios. A queda entre dezembro dos dois anos foi de 25,59%, de 51 para 38. As demais regiões do Estado também apresentaram redução no ano. O Sertão teve queda de 19,21%: de 484 para 391. Na RMR, sem contar o Recife, foi de 18,42%: de 1.238 para 1.010. Agreste caiu de 1.057 para 894, equivalente a 15,42%.

A Zona da Mata registrou 678 em 2019 e 793 em 2018, diminuição de 14,5%. Nos meses de dezembro dos dois anos, o Sertão registrou 35 mortos. Na RMR sem o Recife, houve aumento de 82 para 87 CVLIs. No Agreste, redução de 2,7% – de 74 para 72 ocorrências. E na Zona da Mata, diminuição de 6,15%: de 65 para 61.

Os casos de violência doméstica contra a mulher caíram 2,14% no último mês do ano (de 3.697 para 3.618). Na síntese de 2019, as denúncias foram mais frequentes que em 2018, tendo passado de 40.326 para 42.268, uma variação de 4,82%.

Ao todo, 12 cidades – incluindo o distrito de Fernando de Noronha – fecharam 2019 sem mortes violentas. Além da ilha, a lista conta com Alagoinha, Cabrobó, Cedro, Cumaru, Granito, Itacuruba, Palmeirina, Salgadinho, São Benedito do Sul, Serrita e Triunfo. No recorte de dezembro de 2019, 97 cidades não registraram homicídios.

Confira a lista completa: Afrânio, Agrestina, Alagoinha, Aliança, Altinho, Angelim, Araçoiaba, Araripina, Barra de Guabiraba, Barreiros, Belém de Maria, Belém de São Francisco, Betânia, Bodocó, Bom Conselho, Bom Jardim, Brejão, Brejinho, Brejo da Madre de Deus, Cabrobó, Cachoeirinha, Caetés, Calçado, Calumbi, Camutanga, Capoeiras, Carnaíba, Carnaubeira da Penha, Casinhas, Cedro, Chã de Alegria, Condado, Cortês, Cumaru, Custódia, Dormentes, Feira Nova, Fernando de Noronha, Flores, Floresta, Goiana, Granito, Iati, Ibimirim, Iguaraci, Ingazeira, Itaburuba, Itambé, Itapetim, Jaqueira, Jatobá, João Alfredo, Joaquim Nabuco, Jucati, Jupi, Jurema, Lagoa do Itaenga, Lagoa do Ouro, Lagoa Grande, Lajedo, Maraial, Mirandiba, Moreilândia, Orocó, Palmeirina, Panelas, Parnamirim, Passira, Paudalho, Pedra, Petrolândia, Poção, Quixaba, Ribeirão, Sairé, Salgadinho, Saloá, Sanharó, Santa Cruz, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Filomena, Santa Maria do Cambucá, Santa Terezinha, São Benedito do Sul, São Bento do Una, São Joaquim do Monte, Serrita, Solidão, Surubim, Tacaratu, Terezinha, Terra Nova, Tracunhaém, Triunfo, Tuparetama, Verdejante, Vertentes.

Motivações

Segundo o boletim da SDS-PE, cerca de dois terços (66,68%) dos homicídios tiveram relação com o tráfico de drogas e outras atividades criminosas. A segunda maior causa de CVLIs são os conflitos na comunidade, que corresponderam a 16,62% das ocorrências. Em seguida, os conflitos afetivos ou familiares, com exceção dos feminicídios, estiveram ligados a 3,98% dos crimes.

Já os latrocínios foram associados a 3,87% das notificações. Os casos considerados excludentes de ilicitude foram 3,43%. Motivações diversas tiveram a ver com 2,02% dos registros, enquanto 1,76% permaneceram com causas a definir. Por fim, os feminicídios foram 1,64% do universo analisado. (FolhaPE)

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