Pernambuco recebe ‘robô’ para acelerar análise de amostras de DNA de crimes sexuais

Um novo equipamento automatizado para tornar mais célere o processamento de análises de vestígios biológicos de crimes de violência sexual foi entregue pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) ao Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC), localizado no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Amostras de crimes contra a vida usadas em perícias criminais também serão processadas pelo novo equipamento.

Segundo o gerente do instituto, Carlos Souza, nesta primeira semana, a equipe participa de treinamentos para o uso do “robô” e, a partir da próxima segunda-feira (21), devem começar as análises das amostras verdadeiras. O treinamento, que começou nessa segunda-feira (14) e segue até sexta-feira (18), é oferecido pela empresa vencedora da licitação.

Os equipamentos são de última geração e foram entregues a laboratórios de perícia criminal de outros estados do País, além de Pernambuco. A iniciativa busca fortalecer a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) para modernizar a investigação criminal e a produção de provas em crimes sexuais.

A plataforma de processamento em grande escala é um manipulador de líquidos automatizado com a capacidade de extrair simultaneamente o DNA de até 84 amostras, de acordo com Carlos Souza. “Esse equipamento faz parte de uma série de etapas de exame que automatiza e diminui a necessidade do perito de manipular as amostras e consegue processar mais amostras simultaneamente”, explicou o gerente do IGFEC.

De acordo com Carlos, uma bateria de exames no equipamento anterior usava no máximo 12 amostras – ante as 84 do novo “robô”. “O prazo para resultado depende da amostra de material biológico analisado. Se é de sangue, osso, swab ou mancha de esperma, por exemplo. O processamento dura em média duas horas”, completou.

A meta do MJSP é analisar todas as amostras pendentes nos laboratórios do País até 2022. Os laboratórios estaduais foram escolhidos em razão da alta demanda de análise de amostras pendentes. Além de Pernambuco, o ministério entregou os equipamentos para Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Paraná e São Paulo.

No IGFEC, segundo Carlos Souza, não há um número fechado de amostras pendentes. “A meta prevista com o novo equipamento é de processamento de 2.200 amostras. Esse treinamento, por exemplo, deveria ter acontecido no primeiro semestre. Os prazos foram modificados devido à pandemia de Covid-19. [A finalização das pendências] seria para dezembro deste ano, mas acredito que seja repactuado”, acrescentou o gerente.

A verba investida pelo MJSP na compra dos equipamentos foi da ordem de R$ 5,6 milhões. Segundo a pasta, a compra simultânea via processo licitatório permitiu uma economia de 60% em relação ao valor orçado. As cifras, no entanto, não foram divulgadas.

Carlos Souza ressalta que a equipe, nesta semana, está na fase de “descobrir o novo equipamento”. “Estamos muito mais curiosos, do que conhecedores do equipamento”, diz o gerente, que considera uma vantagem a chegada do “robô”. “O equipamento ajuda aumentando a produtividade e garante o melhor rastreamento das amostras porque diminui a possibilidade de falha humana”, finalizou o gerente do IGFEC.

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