Pernambuco recebe ‘robô’ para acelerar análise de amostras de DNA de crimes sexuais por Edenevaldo Alves Postado em 15 de setembro de 2020 Um novo equipamento automatizado para tornar mais célere o processamento de análises de vestígios biológicos de crimes de violência sexual foi entregue pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) ao Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC), localizado no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Amostras de crimes contra a vida usadas em perícias criminais também serão processadas pelo novo equipamento. Segundo o gerente do instituto, Carlos Souza, nesta primeira semana, a equipe participa de treinamentos para o uso do “robô” e, a partir da próxima segunda-feira (21), devem começar as análises das amostras verdadeiras. O treinamento, que começou nessa segunda-feira (14) e segue até sexta-feira (18), é oferecido pela empresa vencedora da licitação. Os equipamentos são de última geração e foram entregues a laboratórios de perícia criminal de outros estados do País, além de Pernambuco. A iniciativa busca fortalecer a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) para modernizar a investigação criminal e a produção de provas em crimes sexuais. A plataforma de processamento em grande escala é um manipulador de líquidos automatizado com a capacidade de extrair simultaneamente o DNA de até 84 amostras, de acordo com Carlos Souza. “Esse equipamento faz parte de uma série de etapas de exame que automatiza e diminui a necessidade do perito de manipular as amostras e consegue processar mais amostras simultaneamente”, explicou o gerente do IGFEC. De acordo com Carlos, uma bateria de exames no equipamento anterior usava no máximo 12 amostras – ante as 84 do novo “robô”. “O prazo para resultado depende da amostra de material biológico analisado. Se é de sangue, osso, swab ou mancha de esperma, por exemplo. O processamento dura em média duas horas”, completou. A meta do MJSP é analisar todas as amostras pendentes nos laboratórios do País até 2022. Os laboratórios estaduais foram escolhidos em razão da alta demanda de análise de amostras pendentes. Além de Pernambuco, o ministério entregou os equipamentos para Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Paraná e São Paulo. No IGFEC, segundo Carlos Souza, não há um número fechado de amostras pendentes. “A meta prevista com o novo equipamento é de processamento de 2.200 amostras. Esse treinamento, por exemplo, deveria ter acontecido no primeiro semestre. Os prazos foram modificados devido à pandemia de Covid-19. [A finalização das pendências] seria para dezembro deste ano, mas acredito que seja repactuado”, acrescentou o gerente. A verba investida pelo MJSP na compra dos equipamentos foi da ordem de R$ 5,6 milhões. Segundo a pasta, a compra simultânea via processo licitatório permitiu uma economia de 60% em relação ao valor orçado. As cifras, no entanto, não foram divulgadas. Carlos Souza ressalta que a equipe, nesta semana, está na fase de “descobrir o novo equipamento”. “Estamos muito mais curiosos, do que conhecedores do equipamento”, diz o gerente, que considera uma vantagem a chegada do “robô”. “O equipamento ajuda aumentando a produtividade e garante o melhor rastreamento das amostras porque diminui a possibilidade de falha humana”, finalizou o gerente do IGFEC.