Pernambuco: passageira é impedida de embarcar em aeroporto por ser autista por Edenevaldo Alves Postado em 11 de setembro de 2019 No último sábado (7), ao tentar embarcar em um voo da Latam no aeroporto do Recife, a auxiliar de veterinária Uli Firmino Ary, de 26 anos, foi surpreendida com a informação de que precisaria apresentar um atestado médico. Isso porque ela tem síndrome de Asperger, um estado do espectro autista. Apesar de apresentar o documento, ela foi impedida pela companhia aérea de viajar para o estado do Ceará, trajeto que faz sozinha desde os 10 anos de idade. Inconformada, ela prestou um Boletim de Ocorrência na Delegacia do Turista do Aeroporto Internacional do Recife e acionou o Procon. “Fui até o guichê solicitar que mudassem meu assento porque eu ficaria na poltrona do meio e isso iria me incomodar porque estaria ao lado de dois estranhos. Entrei na fila preferencial e uma atendente me abordou perguntando o motivo de estar ali. Expliquei que era autista e fui impedida de embarcar”, relata Uli. A Latam pediu que a passageira preenchesse um formulário padrão de informações médicas para viagens aéreas (Medif) e entregasse o documento junto com um laudo médico constando o diagnóstico de autismo. Fiscais do Procon estiveram no Aeroporto e a Latam foi autuada por “negar o embarque da consumidora sem apresentar justificativa cabível”. A advogada dela, Taísa Guedes Noronha, esclarece que Uli tem direito de optar pela fila de prioridades, e que nenhuma norma interna da companhia aérea informa sobre a obrigatoriedade de atestado ou acompanhante para passageiros com autismo. Além do prejuízo de perder o voo e ainda ter que adiar a cirurgia, Uli conta que enquanto tentava resolver a situação com os atendentes da Latam, foi discriminada. “Em nenhum momento eles se dirigiam a mim para falar. Eu queria me comunicar, mas não se direcionavam a mim”, reclama. De acordo com o Procon, Uli irá viajar nesta quinta-feira (12). (Diário de Pernambuco/ Foto: Mariana Fabrício)