Para oposição, malas vinculadas a Geddel diminuem maré pró-Temer

Em sentido oposto ao discurso adotado por aliados de Michel Temer, deputados de oposição dizem acreditar que o presidente da República não terá tranquilidade na análise, pela Câmara, de uma possível segunda denúncia assinada pela Procuradoria-Geral da República. Integrantes do PT, PSOL, Rede, entre outros, repetem as palavras do procurador-geral, Rodrigo Janot, de que eventual anulação da delação premiada da JBS não afetará as provas e investigação em andamento.

Temer conseguiu barrar a primeira denúncia da PGR por 263 votos contra 227.
Apesar de integrantes de partidos aliados ameaçarem rebelião sob o argumento de que o governo não atendeu aos pedidos feitos na primeira votação -em essência, verbas, cargos e outras demandas na máquina federal-, a possível reviravolta na delação da JBS levou os governistas a afirmar que há uma onda pró-Temer.

A oposição discorda. “Uma mala de dinheiro na mão do Rodrigo Rocha Loures [ex-assessor de Temer, imagem-símbolo da primeira denúncia] não foi suficiente para afastar Temer. Quem sabe se as 15 malas no apartamento do Geddel possam mudar essa situação”, afirmou o petista Henrique Fontana (RS).

Para Alessando Molon (Rede-RJ), a “boa notícia de ontem [segunda] de Temer foi suplantada pelas malas de dinheiro de Geddel.” O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) vai na mesma linha: “Os deputados que votaram para blindar Temer na primeira vez já estão sentindo o peso em suas bases. E agora esse peso é elevado por esse tanto de malas que foi encontrado. Os que blindaram uma vez não querem passar por isso de novo, ainda mais com esse tanto de mala.”

Aliados do governo reconhecem que o episódio desgasta o governo -nem Tio Patinhas tinha tanto dinheiro, disse um deles-, mas dizem que apesar de o alvo ser um aliado de longa data, Temer não pode ser vinculado à história.

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