‘Nós não tínhamos inimigos, dívidas ou rixas, mas o colégio tem’, afirma mãe de Beatriz Angélica

A mãe de Beatriz Angélica Mota, Lucinha Mota, revelou não estar convencida do desfecho apresentado pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) sobre o assassinato da filha. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (12), Lucinha afirmou que não acredita que criança tenha sido morta de forma aleatória e que o exame de DNA não é suficiente para determinar o autor do crime.

“A prova científica do DNA é muito importante, mas existe a necessidade de buscar mais elementos. Eles ainda não fizeram outras perícias, é prematuro afirmar que ele [Marcelo da Silva] é o acusado. Eu acessei informações de que o DNA do assassino não estava no banco nacional de dados porque os padrões que foram coletados aqui em Pernambuco não são os padrões do banco nacional. Existem casos em que os resultados do DNA não foram suficientes para levar a condenação do réu, precisa colocar ele na cena do crime”, contou.

Lucinha demonstrou insatisfação com a condução do caso pela Polícia Civil e criticou a demora para identificar o suspeito .

“A busca no banco de dados do perfil genético já poderia ter sido feita. Essa busca só foi realizada no estado de Pernambuco. Nós temos 27 estados, por que eles não se comunicam? Todas as vezes que nós recebemos uma denúncia, vamos com muita fé, acreditando que aquele suspeito é o assassino de Beatriz. Todo crime tem uma motivação e esse foi praticado com muito ódio. Nós não tínhamos inimigos, dívidas ou rixas, mas o colégio tem. Vamos acompanhar, minuciosamente, cada passo, porque sabemos que nesse inquérito não cabe um inocente. Nosso processo de federalização continua”, afirmou.

A mãe de Beatriz também afirmou que, de acordo com o advogado da família, o laudo aponta que a criança foi morta após levar 42 facadas, número diferente do que foi apontado pelo secretário de defesa social, Humberto Freire, em coletiva. De acordo com o gestor da pasta, o laudo tem 42 fotografias, mas indica que dez perfurações foram feitas no corpo de Beatriz.

“Eu não tenho estruturas para ver o laudo, mas os nossos advogados relataram diversas vezes que foram 42 facadas”, afirmou Lucinha.

Apesar da divulgação de informações sobre o suspeito, Lucinha defendeu que a SDS protegesse Marcelo da Silva, de 40 anos, apontado como assassino de Beatriz.

“Eu acho importante que mantenham o sigilo, a integridade física e a vida dele. A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco tem a obrigação de garantir isso”.

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