“Não é o projeto dos sonhos, mas vamos em frente”, diz Moro sobre pacote anticrime por Edenevaldo Alves Postado em 25 de dezembro de 2019 Após ser contrariado pelo presidente Jair Bolsonaro na sanção do pacote anticrime, na terça-feira (24), o ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que o projeto não é o “dos sonhos, mas contém avanços”. “Sempre me posicionei contra algumas inserções feitas pela Câmara no texto originário, como o juiz de garantias. Apesar disso, vamos em frente”, escreveu em rede social. Bolsonaro sancionou o pacote aprovado na Câmara dos Deputados com 22 vetos, mas manteve a criação do juiz de garantias, incluída pelos deputados sob oposição de Moro. Os vetos ainda podem ser derrubados pelo Congresso. O texto foi aprovado no Congresso em 11 de dezembro, após a proposta do ministro da Justiça ser desidratada no parlamento. Para minimizar a derrota e garantir que a sanção ocorresse ainda neste ano, o ministro pediu aos senadores para que aprovassem a versão mais enxuta do texto que veio da Câmara. Polêmica em torno do juiz de garantias De acordo com a nova lei, o juiz de garantia será “responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais”. Outro juiz irá tomar a decisão final sobre o caso. A criação dessa nova figura do Judiciário era apontada como “anti-Moro”, tendo em vista a atuação do ministro quando era juiz da Lava-Jato. Antes da publicação em rede social, Moro já havia reforçado nesta quarta-feira (25) sua posição contra a inclusão do juiz de garantias. — O Presidente da República acolheu vários vetos sugeridos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O MJSP se posicionou pelo veto ao juiz de garantias, principalmente, porque não foi esclarecido como o instituto vai funcionar nas comarcas com apenas um juiz (40% do total); e também se valeria para processos pendentes e para os tribunais superiores, além de outros problemas — afirmou, acrescentando que, apesar disso, o texto sancionado “contém avanços para a legislação anticrime no país.” (Folha).