Música pode contribuir para a qualidade de vida de pacientes com Alzheimer, afirma professor da USP

Nas últimas semanas, viralizou na internet um vídeo emocionante. Na gravação, Marta González, que na década de 60 foi uma bailarina, mesmo sofrendo com o Alzheimer hoje em dia, foi capaz de lembrar dos movimentos da dança Lago dos Cisnes. Ao escutar a melodia, a senhora instantaneamente executa os movimentos que costumava apresentar nos palcos de balé.

Após a divulgação do vídeo, diversos internautas passaram a debater as consequências da doença neurodegenerativa. O professor Vitor Tumas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, comenta que o Alzheimer afeta, em um primeiro momento, as memórias mais recentes dos pacientes, o que poderia explicar o fenômeno.

“As memórias antigas em parte ficam intactas por um tempo, depois são afetadas. Mas existem partes da memória, aquelas muito consolidadas, que, mesmo com a doença avançada, ainda são preservadas. E o caso é de que deve ter sido algo muito importante para ela [Marta] e algo repetido várias vezes, que pode ter se consolidado na memória e, por isso, um efeito externo [a música] pode trazer à baila essa memória.”

Atualmente ainda não há um tratamento propriamente dito para o Alzheimer, apesar dos diversos estudos em desenvolvimento. Mas, segundo o professor, “um ponto importante da terapia é a qualidade de vida do paciente”. Portanto, escutar música pode, sim, ser interessante para a rotina de um indivíduo que sofre com a comorbidade.

“O fato de o paciente participar de atividades em que ele se sinta bem, isso, sem dúvidas, tem um efeito positivo”, pontua o professor.

Se o Alzheimer ainda não tem cura, ao menos existem fatores que, se controlados durante toda a vida, diminuem a chance de desenvolvimento da doença — que normalmente se manifesta em pessoas de mais idade. Além da constância da atividade física e do cuidado com problemas em saúde em geral, um terceiro aspecto comentado por Vitor Tumas é a reserva cognitiva:

“Outro fator ligado ao risco de desenvolver a doença é o que chamamos de reserva cognitiva, que pode ser simplificada em escolaridade. Sabemos que, quanto maior a escolaridade, menor a possibilidade de desenvolver algum tipo de demência ou o prazo para desenvolver demência se alonga.” (jornalUSP)

Assista ao vídeo da bailarina Marta González que viralizou na internet.

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