Mulher morre após passar nove anos com bebê calcificado no abdômen por Edenevaldo Alves Postado em 10 de março de 2023 Uma mulher de 50 anos morreu após passar nove anos com um feto calcificado no ventre. A paciente, uma congolesa refugiada nos Estados Unidos, ficou o intestino obstruído, mas se recusou a ser submetida a uma cirurgia para remoção. A congolesa procurou um hospital nos EUA depois reclamando de cólicas estomacais, indigestão e gorgolejo – sensação de borbulhar – após comer. Exames mostraram que problema era ocasionado pelo feto morto de 28 semanas alojado na parte inferior do abdômen. O caso foi estudado e relatado em um artigo publicado no Journal of Medical Case Reports. Conforme a publicação, a paciente acreditava que sua condição de saúde estava relacionada a um “feitiço” que alguém na Tanzânia lançou sobre ela. Quando a congolesa percebeu que havia perdido a criança, médicos em um campo de refugiados acusaram a mãe de “obras malignas”, “matar o bebê” e “usar drogas”. Por este motivo, ela evitou contatos posteriores com equipes de saúde e recusou tratamentos médicos. A paciente morreu 14 meses depois de dar entrada no hospital. A causa da morte foi desnutrição, causada após o feto ter bloqueado o intestino e impedido a absorção de nutrientes vitais da mulher. De acordo com o Journal of Medical Case Reports, a calcificação do feto no abdômen leva o nome científico de litopédio. O termo se refere a um feto que se calcificou ou se transformou em osso. “A calcificação pode envolver o feto, membranas, placenta ou qualquer combinação dessas estruturas. É uma complicação extremamente rara da gravidez e pode permanecer assintomática ou apresentar sintomas gastrointestinais e/ou geniturinários”, diz o estudo.