Mudanças climáticas em curso têm reflexos em Pernambuco

Sessenta e três municípios do Interior de Pernambuco tiveram situação de emergência decretada por uma longa estiagem. Na Região Metropolitana do Recife, quatro tiveram por excesso de chuva. A média de chuva anual vem diminuindo na Mata Norte. Na Mata Sul, as enchentes ocorrem com frequências maiores. Em Pernambuco, fazem vítimas fatais e afetam comunidades inteiras. Especialistas acreditam que as oscilações climáticas naturais se potencializam com a mudança climática global em curso, causada pela ação humana. E elas podem se tornar ainda mais problemáticas. Tecnologias de captação e armazenamento de água que antes só eram necessárias no Sertão ou no Agreste, já são implementadas pelo Governo do Estado na Zona da Mata.

“O que está acontecendo agora no Recife pode ser considerado dentro de uma variabilidade climática. São fenômenos que acontecem ciclicamente dentro de um determinado tempo. A questão é que, com a mudança climática em curso, eles se tornarem mais frequentes, extremos ou bagunçados. Este é o cenário mais provável para explicarmos os extremos no Estado, mas tudo ainda está em estudo”, explica o doutor em meteorologia pela UFCG Ranyere Nóbrega.

Institutos de pesquisas climáticas como o Potsdam, preveem 2020 como o último ano em que a diminuição do lançamento de gases de efeito estufa possam evitar as mudanças. Meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima, Vinícius Gomes detalha que há ainda um debate sobre o aquecimento do planeta, já uma certeza, está sendo causado por ação do homem ou apenas responde a um ciclo natural. “Já são claras as mudanças criadas em microclimas, principalmente em cidades como São Paulo e algumas chinesas, muito poluídas. Aqui no Recife, as ilhas de calor são bons exemplos. O normal é a incidência solar evaporar a água e aquecer o solo e o ar. Quando se tira o aporte de umidade, colocando asfalto na cidade, a água é perdida. A radiação apenas aquece o solo e o ar”, explica o meteorologista Vinícius Gomes. “Mas não há certeza se o homem tem capacidade de realizar esse tipo de mudança globalmente, já que a maior parte da superfície terrestre é oceânica e a população mundial não está organizada uniformemente.” (FolhaPE).

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