Ministério da Saúde recomenda suspender vacina em adolescentes sem comorbidades; Pernambuco ainda não comentou sobre o assunto

Em nota técnica publicada na noite de quarta-feira (15), o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades no Brasil.

A pasta alegou que a previsão, oficializada em 2 de setembro, era de que os adolescentes sem comorbidades seriam o último subgrupo elegível para vacinação e que isso deveria ser feito apenas a partir de quarta.

O grupo, no entanto, já começou a ser imunizado em diversos estados e municípios – em Pernambuco, até quarta-feira (15), 168.794 adolescentes foram vacinados, o que corresponde a 15,52% da população estimada do grupo.

O documento determina que estados e municípios sigam o que foi definido na esfera federal. Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) não respondeu, até a publicação deste texto, se Pernambuco seguirá a recomendação. A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) também não emitiu nenhum posicionamento. Cidades como Salvador e Natal já suspenderam a aplicação das doses em adolescentes.

No Brasil, apenas a vacina da Pfizer/BioNTech têm autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada em adolescentes. As demais – AstraZeneca, CoronaVac e Janssen – só podem ser administradas em maiores de 18 anos.

A Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, vinculada ao Ministério da Saúde, reforçou que a vacinação de adolescentes deverá prosseguir apenas para os incluídos nos grupos prioritários, que são aqueles com deficiência permanente, comorbidades ou privados de liberdade.

Para justificar a recomendação de suspensão, o Ministério da Saúde elencou as seguintes premissas:

– A Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades;
– A maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentam evolução benigna, apresentando-se assintomáticos ou oligossintomáticos [quadro de manifestação de poucos e/ou leves sintomas];
– Somente um imunizante foi avaliado em ECR [ensaios clínicos randomizados];
– Os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos;
– Apesar dos eventos adversos graves decorrentes da vacinação serem raros, sobretudo a ocorrência de miocardite (16 casos a cada 1.000.000 de pessoas que recebem duas doses da vacina);
– Redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por Covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico.

Na nota, a pasta também reiterou que revisará, sempre que necessário, suas recomendações, com base em dados de segurança e na evolução das evidências científicas.

Fechado para comentários

Veja também

Três influenciadoras digitais são presas por divulgar uso de ‘vapes’ com óleo de maconha

Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Distrito Federal iniciaram n…