Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz e Governos Estadual e Municipal assinam acordo do Método Wolbachia em Petrolina (PE)

O Ministério da Saúde, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, o World Mosquito Program e os governos de Pernambuco e de Petrolina, assinaram, na manhã desta sexta-feira (04/12), o Termo de Cooperação Técnica para o início das operações do Método Wolbachia no sertão pernambucano. Com a assinatura do termo, fica firmado a implementação das ações estratégicas do Método Wolbachia em Pernambuco, o que irá garantir a expansão da tecnologia para uma nova região, formalizando novos estudos e modelagens da técnica Wolbachia.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, ao abrir a cerimônia de assinatura do Termo de Cooperação, ressaltou a importância do Projeto Wolbachia e ressaltou que “os dados já apresentados na iniciativa pioneira em Niterói, no Rio de Janeiro, são promissores, e nossa intenção é expandir essa iniciativa para outras localidades do Brasil, como acontece hoje em Petrolina, reforçando assim, o enfrentamento de controle das arboviroses”.

A assinatura foi realizada na Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), no Recife (PE), e contou com a presença dos representantes do Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT), Laurício Monteiro Cruz, e da coordenadora Geral de Vigilância das Arboviroses, Noely Moura, do líder do Método Wolbachia e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, da gerente da VIII Gerência Regional de Saúde (Geres), Aline Jerônimo, e da secretária executiva de Vigilância em Saúde de Petrolina, Marlene Leandro dos Santos Peixoto. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, participou remotamente do evento.

Para o diretor do DEIDT, Laurício Monteiro, a expansão do projeto Wolbachia para Pernambuco é um grande avanço na luta contra o mosquito. “Estamos dando um passo importante no enfrentamento das arboviroses de transmissão pelo Aedes aegypti. Trazer o Método Wolbachia para o Nordeste irá nos ajudar a entender melhor o comportamento dessa estratégia nas condições climáticas locais, podendo expandir posteriormente essa tecnologia para outras localidades da região”, ressaltou.

Ao falar dos desafios enfrentados na luta contra as doenças transmitidas pelo Aedes, a coordenadora de Vigilância das Arboviroses do Ministério da Saúde, Noely Moura, destacou as dificuldades de 2020, decorrentes da pandemia de Covid-19 no país, e reforçou a necessidade de diferentes ações para enfrentar o mosquito. “É preciso trabalhar estratégias diferenciadas de enfrentamento das arboviroses, e nós do Ministério da Saúde apoiamos diversas ações. O Projeto Wolbachia é uma delas e estamos com ótimas expectativas para os resultados dessa ação em Petrolina”, disse.

Já o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, agradeceu por Pernambuco ter sido contemplado com a iniciativa e destacou o alinhamento das diversas esferas para a diminuição dos casos das arboviroses. “Ter mais esse projeto em desenvolvimento é um motivo de grande satisfação. O SUS pode dar certo todas as vezes que a gente articular de forma adequada a academia, a pesquisa, a inovação, a tecnologia, com os três entes trabalhando no mesmo sentido”, disse Longo.

As atividades de engajamento comunitário para implementação do Método Wolbachia em Petrolina começam em janeiro do próximo ano. “O engajamento é o momento em que dialogamos com a população, apresentamos o Método, tiramos as dúvidas e explicamos como será feita a liberação do Wolbito, o Aedes aegypti com Wolbachia”, explica o líder da iniciativa no país, Luciano Moreira.

Após o engajamento comunitário, ocorrerá a liberação dos mosquitos, estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde, e que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos. Em Petrolina, a implementação da iniciativa será realizada em parceria com a Prefeitura, com apoio do Governo do Estado do Pernambuco.

Método Wolbachia

O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói.

A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.

Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

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