Médico preso por suspeita de estuprar pacientes em Pernambuco e São Paulo é impedido de exercer a profissão por Edenevaldo Alves Postado em 23 de outubro de 2020 O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) decretou interdição cautelar total e impediu o médico José Adagmar Pereira de Moraes, preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Pernambuco e em São Paulo, de exercer a profissão. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (23) e cabe recurso, segundo o conselho. Por telefone, a defesa de José Adagmar informou que não vai se pronunciar sobre o assunto. De acordo com o Cremepe, a decisão foi tomada em uma sessão plenária extraordinária no dia 8 de outubro de 2020. A medida permite que a carteira profissional e a cédula de identidade de médico sejam apreendidas pela autarquia. Em Pernambuco, José Adagmar responde a dois processos éticos-profissionais que teriam motivado a suspensão do exercício profissional. Os processos correm em sigilo, mas segundo o Cremepe, a interdição cautelar total ocorre como medida preventiva, para evitar que, “no desempenho de sua atividade, o referido profissional venha a ocasionar prejuízos à população”. Segundo uma resolução do Conselho Federal de Medicina, a decisão de interdição cautelar tem abrangência nacional e deve ser comunicada aos estabelecimentos em que o médico exerce suas atividades. Preso por abuso sexual em Suzano, em São Paulo, José Adagmar responde por pelo menos outros cinco estupros em Pernambuco. De acordo com a Polícia Civil, há quatro inquéritos no Recife contra o médico. Os procedimentos são referentes a cinco mulheres que, em 2018, denunciaram ter sido vítimas do profissional, que atuava como ginecologista. Depois da prisão do médico, outras mulheres passaram a procurar a polícia para fazer a mesma denúncia. Até a terça (20), pelo menos três mulheres registraram boletim de ocorrência em São Paulo. Todas elas disseram à polícia que foram abusadas sexualmente durante as consultas. Na capital pernambucana, ele chegou a atuar no Serviço de Apoio à Mulher Vítima de Violência Wilma Lessa, no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Zona Norte, onde ocorreram alguns dos abusos.