MEC prevê alívio financeiro nas universidades nos próximos 10 anos, mas se cala sobre verba para este ano por Edenevaldo Alves Postado em 19 de julho de 2019 Após anunciar um programa para reduzir a dependência das universidades federais do orçamento público, o Ministério da Educação prevê que, daqui a uma década, não haja mais aperto financeiro. Mas, diante da dificuldade das instituições de fechar as contas dos próximos meses, a pasta diz não ser possível prometer liberação de recursos no curto prazo. Com o nome de Future-se, o plano lançado pelo MEC na quarta-feira (17) inclui uma série de medidas para aumentar a captação de recursos privados para as federais. Entre elas, estão um fundo imobiliário com imóveis ociosos da União e a possibilidade de as instituições recursos para pesquisa e extensão por meio da Lei Rouanet. Em troca, as instituições interessadas em aderir ao programa teriam que concordar em repassar parte da gestão a organizações sociais credenciadas pelo MEC. A proposta, que fica em consulta pública até o final do mês, foi lançada em um momento de aperto financeiro nas universidades, que tiveram um bloqueio da ordem de 30% das verbas discricionárias, usadas para pagar despesas de custeio como luz, água, limpeza, entre outros. Segundo Arnaldo Lima, secretário da Educação Superior da gestão Bolsonaro, o prazo para o Future-se começar a ter efeitos financeiros vai depender do ritmo de análise do Congresso –a implementação prevê uma série de alterações legislativas. Mas em uma década, prevê, o programa estará consolidado. “A ideia é que, em dez anos, a gente não fale mais em contingenciamento”, afirmou. Ele prevê que o fundo imobiliário, responsável por quase metade da verba do projeto, comece a da retorno um ano após a aprovação pelo Congresso. O secretário não se comprometeu, no entanto, com a liberação de verbas contingenciadas para este ano. Algumas universidades relatam problemas para fechar as contas do semestre. Parte delas suspendeu bolsas, reduziu atividades de manutenção e deixou contas em atraso. (FolhaPress).