Maconha: primeiro banco genético da América Latina será no Brasil, com 5 mil plantas; entenda

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O Brasil pode ganhar em breve o primeiro banco genético da planta Cannabis sativa. Esse é o objetivo de um projeto da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, que aguarda apenas o parecer final da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar início ao cultivo.

Com o maior conhecimento sobre a planta, e as suas diferentes variantes genéticas, os pesquisadores afirmam que será possível eventualmente selecionar as versões que têm maior potencial para o uso no Brasil, tanto na área médica, como em mais de 25 mil produtos que podem ser produzidos industrialmente a partir da Cannabis.

— Nós tivemos um primeiro projeto com 100 plantas, que já foi concluído com a caracterização de quatro variantes da planta. Agora estamos dando o passo maior para criar o banco genético e cultivar 5 mil plantas. O que queremos é entender a diversidade da espécie para selecionar variantes adaptadas ao clima do Brasil. Para saber, por exemplo, quanto de óleo cada uma consegue proporcionar — explica o agrônomo e coordenador do projeto, Derly Henriques, professor de recursos genéticos vegetais da UFV.

Ele conta que a iniciativa já foi aprovada por unanimidade na universidade e aguarda somente a resposta da Anvisa com os requerimentos para que o banco seja criado de uma forma segura. Os investimentos iniciais, feitos pela UFV e pela startup de pesquisa Cannabreed, já possibilitaram a construção de casas de vegetação e laboratórios.

— Pelo parecer inicial da Anvisa, o nosso processo está bem substanciado. Se tudo der certo, acredito que por volta de quatro anos já tenhamos informações de plantas bastante seguras. Vai ser o primeiro banco na América Latina. Até existem registros anteriores à proibição do cultivo no Brasil, mas o material foi incinerado — explica Derly.