Hanseníase: janeiro é mês de conscientização da doença por Edenevaldo Alves Postado em 21 de janeiro de 2019 Manchas na pele com ausência ou diminuição da sensibilidade podem ser um indicativo da hanseníase, doença crônica que pode deixar sequelas irreversíveis e que tem um alto poder de propagação. De acordo com dados parciais de 2018, em Pernambuco foram diagnosticados 2.157 casos novos. Isso representa uma redução de 10% em relação a 2017, com 2.410 novos doentes. Apesar da redução, a Coordenação de Controle da Hanseníase da Secretaria Estadual de Saúde (SES) reforça a importância do diagnóstico precoce e de dar o seguimento correto para o tratamento, evitando a disseminação de ocorrências. Nesta semana, a SES está estimulando os municípios a realizarem ações alusivas à hanseníase, que tem seu dia de luta mundial lembrado sempre no último domingo de janeiro, que nesse ano ocorre em 27.01. Já nesta segunda (21.01), das 9h às 12h, o município do Paulista fará ação de diagnóstico precoce e busca ativa de casos, ofertando consultas com dermatologistas. A atividade será realizada na Paróquia Nossa Senhora do Ó, em Pau Amarelo, em parceria com a SES, Coordenação de Hanseníase do Paulista, Centro Social da Mirueira e o Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). “Este mês é denominado Janeiro Roxo, criado para chamar a atenção para a hanseníase. O propósito dessas celebrações é aumentar a consciência de que a enfermidade é curável, que as pessoas afetadas e suas famílias têm direitos iguais aos outros e lembrar que, embora tenha havido períodos de declínio nos casos de hanseníase, nos últimos 20 anos, essa doença ainda se mantém, hoje, afetando nossas populações. Precisamos chamar atenção para a sintomatologia da doença e que com o diagnóstico precoce e o tratamento correto as chances de cura aumentam”, reforça a coordenadora de Controle da Hanseníase da SES, Monique Lira. A Doença A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica e com alto poder incapacitante. Causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, acomete, principalmente, a pele e os nervos periféricos. Também pode manifestar-se como uma doença sistêmica, comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. Sua transmissão ocorre quando uma pessoa infectada, e que não recebe o tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A principal via de eliminação e entrada do bacilo são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), através de contato íntimo e prolongo. Os principais sinais e sintomas da doença são: manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade (a pessoa pode sentir choques, câimbras e formigamentos que evoluem para dormência); pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos; diminuição ou queda de pelos localizada ou difusa (especialmente sobrancelhas) e ausência de sudorese no local (pele seca). O tratamento recomendando pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é baseado na poliquimioterapia, ou seja, com o uso de várias drogas para a intervenção terapêutica. Uma parte do tratamento é realizada nos postos de saúde, necessitando que o paciente compareça à unidade uma vez por mês para tomar a medicação (dose supervisionada). O restante dos remédios o paciente toma em casa. Vale reforçar que toda a medicação para hanseníase é gratuita e fornecida pelo Ministério da Saúde (MS). A distribuição dos medicamentos trata a doença e impede a sua transmissibilidade.