Governo lança novo edital do Mais Médicos, mas ainda deixa vagas sem reposição

O Ministério da Saúde publicou nesta segunda-feira (13) um novo edital para que 790 municípios que fazem parte do Mais Médicos possam renovar a participação no programa. Também divulgou cronograma para seleção de novos profissionais para atuarem nestes locais.

A expectativa é que, com a renovação, sejam abertas cerca de 2.000 vagas em cidades de perfis 4 a 8, consideradas mais vulneráveis.Apesar da abertura para renovação de vagas em alguns municípios, o edital deixa de fora outros deles que antes faziam parte do programa e que também têm postos desocupados –como capitais e demais cidades em regiões metropolitanas.

Questionado, o ministério não informou até o momento o total de vagas não atendidas. À reportagem, a secretária de Gestão do Trabalho na Saúde, Mayra Pinheiro, confirma que houve vagas deixadas de fora no novo edital.

Segundo ela, o edital abrange 1) vagas de brasileiros que se inscreveram para ocupar postos deixados por cubanos, mas desistiram após o início das atividades; 2) parte das vagas que estavam abertas desde 2018, mas que ainda não tinham sido preenchidas e 3) 60 novas vagas em 36 municípios que não faziam parte do Mais Médicos, mas que já haviam solicitado a entrada no programa.

Conforme a Folha mostrou em abril, o programa já soma ao menos 1.052 vagas abertas devido a desistências de médicos brasileiros que se inscreveram para ocupar os postos que antes eram de cubanos. O número atual não foi informado.

Além dessas vagas, a estimativa da pasta nos últimos meses era que houvesse outras 2.400 vagas abertas desde o início de 2018, época da gestão Michel Temer (MDB), mas ainda não repostas. Com isso, seriam ao menos 3.452 vagas abertas.

De acordo com Pinheiro, o fato de não incluir algumas cidades ocorre devido ao novo critério estabelecido pelo ministério neste ano para prorrogações de contrato, o qual prevê que sejam priorizadas vagas de perfis de maior vulnerabilidade, ou seja, de 4 a 8.Por conta disso, vagas que ficam em cidades de perfis 1 a 3 ficam de fora desse edital.

A situação preocupa representantes dos municípios ouvidos pela Folha, que pleiteiam agora uma renovação de vagas também para esses locais.”A justificativa do ministério é que o IDH dessas cidades é mais alto e neste momento estariam só apontando recursos para regiões de maior vulnerabilidade”, diz o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, para quem parte desses locais estão ligados a áreas de bolsões de pobreza, o que leva à dificuldade para contratar médicos para esses locais. “É difícil fixar um profissional nessas áreas”.

Procurado pela reportagem, o ministério ainda não informou se há previsão de novos editais. Segundo a pasta, a previsão é que um novo modelo de programa para levar médicos ao interior e substituir progressivamente o Mais Médicos seja apresentado ainda neste semestre. (Folha).

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