‘Fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história’, diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concede entrevista coletiva nesta quarta-feira (10), com transmissão ao vivo nas suas redes sociais, dois dias depois de recuperar os direitos políticos em decisão monocrática do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. A decisão anulou todas as condenações proferidas contra o ex-presidente Lula pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato. O pronunciamento estava previsto para a terça (9), mas o ex-presidente preferiu aguardar o início do julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Depois de pedir permissão para tirar a máscara discurso, Lula iniciou seu discurso lembrando que no mesmo Sindicato dos Metalúrgicos de São Nernardo do Campo, local onde concedeu a entrevista coletiva foi o palco do último discurso antes de ser levado à prisão. “Faz quase três anos que eu saí da sede desse sindicato para ir me entregar à Polícia Federal. Eu fui, obviamente, contra a minha vontade porque sabia que estavam prendendo um inocente. Muitos dos que estavam aqui não queriam que eu fosse me entregar. Tomei a decisão de me entregar porque não seria correto um homem da minha idade pudesse aparecer na capa dos jornais como um fugitivo”, recordou.

“Quando resolvi marcar essa entrevista, muita gente ficou preocupada com meu humor. Vomo pe que o Lula vai estar, ele vai estar bravo, vai estar xingando alguem? ele vai falar palavras e esperança?”, contou o ex-presidente, que desabafou sobre os sentimentos que teve ao ter sido preso naquelas circunstâncias, em 2018.

“Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas, sou eu. Mas não tenho. Sinceramente eu não tenho, porque o sofrimento que o povo braisleiro e as pesoas pobres estão passano nesse pais é infinitament emaior do que qualquer crime que comettm contra mim, é maior do que cada dor ue eu sentia quando estava preso na Polícia Federal. Se tem um cidadão que tem razão de estar magoado com as ‘chibatadas’ sou eu. Não tô. As pessoas pensam que depois de dar chibatada jogam um pouco de sal e pimenta e a pessoa vai se curar com o tempo, não importam as cicatrizes”.

Segundo o petista, sua trajetória na política acompanha o desenvolvimento político dos trabalhadores. “Eu sou na política o resultado da consciência politica da classe trabalhadora brasileira. Quando ela evoluiu, eu evoluí”, comparou o ex-presidente. “Sei que fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história. Eu sei que a minha mulher Marisa morreu por conta da pressão e o AVC se apressou. Eu fui proibido até de visitar o meu irmão dentro do caixão”, lembrou Lula.

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