Estiagem em Pernambuco poderá seguir com seca em todo o Estado

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Em 2015, Pernambuco entra no quarto ano consecutivo de seca, e as notícias não são boas. A Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) estima que as chuvas entre os meses de maio e julho – período mais chuvoso do ano – ficarão até 20% abaixo do que estava inicialmente previsto para o Agreste e o Sertão do Estado. Apenas na Região Metropolitana do Recife e nas zonas da Mata Sul e Norte, as precipitações devem acontecer dentro da média para os meses.

Segundo o meteorologista da Apac Roberto Pereira, a estimativa é de que, nos três meses do outono, chovesse 302 mm no Agreste e apenas 166 mm no Sertão, mas essas metas não devem ser cumpridas, ficando, respectivamente, em 242 mm e 132 mm. “Ao que tudo indica, este será mais um ano de pouca chuva. Até agora o ano de 2012 foi o pior, mas 2015 não deve melhorar, fazendo a estiagem seguir nessas regiões“, analisou Roberto Pereira.

 As más notícias são reflexo de um início de ano seco no Sertão pernambucano. O meteorologista esclarece que, diferente das demais áreas do Estado, o período em que mais chove no Sertão é entre os meses de janeiro e abril. Baseada em anos anteriores, a Apac estimava um acúmulo de 394 mm, mas, até agora, só choveu 24% do previsto. “As precipitações desses meses do começo do ano representam 2/3 do que chove o ano todo no Sertão. Então, se choveu pouco assim até agora, as expectativas não são as melhores. O que pode acontecer é chover muito em um dia (cerca de 100 mm) e ajudar a diminuir os problemas, mas o que tem acontecido é chover pouco, o que só alivia a agricultura, mas não enche os reservatórios“, comentou o especialista da Apac.

 No Agreste do Estado, no entanto, o período mais aguardado é o composto pelos próximos três meses. É nessa região do Estado que está localizada a barragem de Jucazinho, em Surubim, que abastece 15 cidades agrestinas e está apenas com 8,4% de sua capacidade. Segundo o analista de Recursos Hídricos da Apac César Mendonça, o interior do Estado é onde estão localizados os reservatórios em situação mais crítica. “A Apac monitora 87 reservatórios, dos quais 37 estão em colapso. Entre esses, 25 estão no volume morto. Os reservatórios da Região Metropolitana estão controlados, com exceção de Botafogo, que está com 18%“, resumiu o analista.

 As previsões menos pessimistas se concentram na Região Metropolitana do Recife e zonas da Mata Sul e Norte, localidades onde deve chover 672 mm entre maio e julho. Esse acúmulo de precipitação é a esperança dos técnicos da Apac para resolver a situação crítica da barragem de Botafogo, localizada em Igarassu, que abastece vários bairros de cidades do Grande Recife, como Olinda, Abreu e Lima, Igarassu e Paulista.

Com isso, depender de São Pedro para colocar um fim à crise hídrica que Pernambuco atravessa há quatro anos não tem sido uma boa ideia. Esse panorama de desolação na maior parte de Pernambuco só deve ser resolvido com políticas públicas de abastecimento de água. (NE 10).

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