Epidemia de varíola dos macacos recuou ao redor do mundo, mas não desapareceu, dizem os especialistas por Edenevaldo Alves Postado em 21 de outubro de 2022 A epidemia da varíola dos macacos está recuando, mas os especialistas e autoridades de saúde dizem que a vitória não deve ser cantada antes do tempo. Apontam que a circulação do vírus nos países africanos, muito antes deste ano, deve ser levada em consideração. “Estamos caminhando para o fim, mas ainda não chegamos lá”, declara o virologista Jean Claude Manuguerra à AFP. Com mais de 70.000 casos em centenas de países desde maio, “uma epidemia de varíola do macaco tão importante em tão pouco tempo é algo nunca visto”, relembra Manuguerra, chefe da unidade de Meio Ambiente e Riscos Infecciosos no Instituto Pasteur. Desde meados de julho, a curva de contaminação diminuiu de forma considerável, especialmente na Europa Ocidental e na América do Norte. Entretanto, alguns países da América Latina enfrentam um aumento. A varíola do macaco foi eleita emergência internacional de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 23 de julho, e permanece nessa classificação, assim como a Covid-19. “Uma epidemia que desacelera pode ser mais perigosa, pois você pode pensar que a crise acabou e abaixar a guarda”, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou no início desse mês. Apesar disso, segundo especialistas, o declínio da epidemia se deve em grande parte às mudanças de comportamento nas comunidades de risco, embora a imunização também tenha desempenhado um papel importante. Os comportamentos evoluíram graças ao papel “das associações, talvez mais ouvidas que as autoridades e mais envolvida com o terreno”, sugere Manuguerra. Em relação à vacinação, “ajudou, mas o número de doses disponíveis segue sendo baixa”, diz Carlos Maluquer de Motes, professor de virologia na universidade britânica de Surrey, à AFP.