“Minha vida parou desde o dia 10 de dezembro de 2015. Sofro todos os dias.” O desabafo da mãe da menina Beatriz Angélica Mota, 7 anos, assassinada com mais de 40 facadas dentro de uma escola particular, em Petrolina, no Sertão do estado, emocionou quem participou na manhã desta quarta-feira da reunião ordinária da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Uma caravana com cerca de 15 parentes e amigos de Beatriz participou do encontro que foi proposto pelo deputado Odacy Amorim. Os pais da vítima, Sandro Romilton Ferreira e Lúcia Mota, ficaram bastante emocionados ao falar sobre a falta da filha mais nova. “Hoje, estamos a 531 dias sem a nossa princesa Beatriz, mas não iremos desistir de lutar”, declarou Sandro. Os parlamentares que participaram de reunião prometeram ajudar no que for preciso para divulgar a imagem do suspeito apontado pela polícia.

Entre as propostas apresentadas estão o aumento do valor oferecido como recompensa para quem fornecer informações sobre o paradeiro do assassino. Atualmente, o Disque-Denúncia está oferecendo R$ 10 mil por informações que levem à prisão do homem apontado pela polícia. Na reunião, os deputados sugeriram que esse valor seja aumentado em mais R$ 50 mil. Além disso, ficou acertado que será produzido um vídeo com imagens do suspeito e depoimentos dos pais da menina Beatriz e da delegada Gleide Ângelo. A ideia é de que o material seja encaminhado para outras assembleias legislativas do Brasil e também divulgado em redes sociais. Participaram do encontro, além do deputado Odacy Amorim, os parlamentares Isaltino Nascimento, Joel da Harpa, Socorro Pimentel, Pastor Cleiton Collins e Edilson Silva. A deputada Teresinha Nunes participou do início da reunião, mas precisou ausentar-se antes do final devido a outro compromisso da Alepe.

Quem também participou da reunião foi a delegada da Polícia Civil Gleide Ângelo, que está à frente das investigações. Ela e os parentes de Beatriz foram à Alepe pedir aos deputados estaduais que ajudassem na divulgação das imagens que estão em poder da polícia e que mostram o homem apontado pela investigação como o assassino da menina. “Temos duas horas de imagens do homem que matou Beatriz. O vídeo teve um milhão de visualizações e ninguém deu nenhuma informação. É muito grande a probabilidade dele não ser daqui. Pedimos, em nome da polícia, ajuda para uma campanha nacional, em todos os estados, nos jornais de abrangência nacional e programas de televisão. Eu tenho certeza que alguém vai reconhecer o assassino nas imagens. Temos algumas linhas de investigação, mas só vou saber a motivação certa quando a gente colocar as mãos nele e investigar”, ressaltou Gleide.

Num apelo emocionado, a mãe de Beatriz, Lúcia Mota, também pediu a criação de uma comissão na assembleia para acompanhar as investigações. “Desde a morte da minha filha, não havíamos sido convidados para participar de nenhuma audiência pública. Dessa vez fomos chamados pelo deputado Odacy Amorim. Pedimos a criação de uma comissão para acompanhar o inquérito, para investigar o caso Beatriz. A polícia já identificou o assassino. Contamos agora com a colaboração de todo Brasil. Quantos casos já vimos recentemente, em outros países, de pessoas encontradas após denúncias? Eu não saí ainda daquele dia 10 de dezembro. Procuro minha filha todos os dias e não encontro. Eu devo isso a minha filha. Sou mãe de Beatriz e vou lutar por justiça enquanto houver vida”, desabafou.

Nas imagens colhidas pela polícia, o suspeito aparece por volta das 21h38, ele pega a faca, esconde na perna e vai ao colégio. Às 21h45, ele entra na escola e desce para a área do bebedouro. Seis testemunhas disseram tê-lo visto no local. Beatriz vai tomar água às 21h59. À tarde, os familiares e amigos de Beatriz realizaram um protesto em frente ao prédio do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Com faixas, cartazes e camisas com a foto da garota eles pediram que o caso não seja esquecido e que cobraram também a punição dos culpados pelo crime. (DP).

Denuncie

Quem tiver informações que possam auxiliar a polícia na identificação do suspeito que aparece nas imagens pode entrar em contato com os investigadores através dos números abaixo:

[lists sio_type=”phone” sio_style=”square”]Ouvidoria SDS – 181 WhatsApp | (87) 9 9911-8104,Disque-Denúncia (81) 3421-9595 (81) 3719-4545,Recompensa R$ 10 mil[/lists]

 

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