DCE da Univasf rebate Associação de Policiais e Bombeiros e de seus familiares do Estado da Bahia; confira na íntegra por Edenevaldo Alves Postado em 25 de outubro de 2018 O Diretório Central dos Estudantes da Univasf vem a público manifestar suas convicções na democracia, no Estado de Direito e no diálogo. A charge (foto acima). é uma manifestação artística, crítica e reflexiva. É da natureza das charges. Em geral a atividade foi positivamente saudada pela população da região, mas há muito que refletir dadas algumas repercussões sobre o cartaz do evento deste 24 de outubro de 2018, promovido por este Diretório estudantil. O autor, Latuff, é conhecido nacional e internacionalmente pela sua obra de denúncia de situações de opressão e injustiças. Há policiais que trabalham diuturnamente dentro dos marcos constitucionais, sem brutalidade, conforme a formação recebida nas Academias. E há aqueles que extrapolam, fazendo de sua autoridade um instrumento para abusos e brutalidades. É sobre este segundo grupo de que a charge trata. É esta segunda conduta que repudiamos. É esta realidade que os Comandos das Polícias – todas elas – costumam publicamente condenar, justamente por conta de tais condutas comprometerem a imagem da corporação, o Estado democrático de Direito e abrir brechas para o terror. Terror e medo que podem anteceder a disseminação de falas ou atos fascistas. Temos todos, sim, que ficar bastante preocupados com propostas de armamento generalizado da população. Este tipo de medida caso adotado colocará a vida de todos e inclusive dos policiais em risco ainda maior, muito ao invés de diminuir a violência. No lugar da criminalização ou judicialização do cartaz e do evento, este Diretório Central dos Estudantes se coloca à disposição das autoridades e entidades policiais democráticas para desenvolver um diálogo acerca da polícia que temos e da polícia que precisamos. Redução da letalidade, combate ao abuso de autoridade e aos desvios de função, melhores condições de trabalho e remuneração, entre outros, que devem ser pontos para uma pauta comum. Pensamos que o combate aos excessos e à brutalidade policial também são de interesse das entidades representativas dos policiais e da sociedade como um todo. Discutir a realidade apresentada pelo citado Fórum Brasileiro de Segurança Pública pode ser o ponto de partida para o debate em um outro momento. Mundialmente, a polícia que menos mata é a polícia que menos morre. Este deve ser nosso horizonte. Um pacto pela vida real e concreto. Não será em um ambiente fascista que os direitos dos cidadãos e dos policiais serão resguardados. Será num regime democrático.