Crimes por disputas de terra têm alta de mais de 1.000% em 2021

Os conflitos do campo, causados por disputas de terra ou por outros motivos, são considerados históricos no Brasil. Hoje, em pleno Século 21, o aumento de crimes agrários no país chama atenção da comunidade que vive no campo e depende da terra para sobreviver.

O levantamento mais recente da Comissão da Pastoral da Terra (CPT) indicou que as mortes em consequência de conflitos dispararam em 2021, tendo um aumento de 1.044%, passando de nove, em todo o ano de 2020, para 103 registradas até novembro do ano passado. Ainda que os dados de 2021 não estejam consolidados, é possível notar um aumento da violência no campo em diversas áreas.

Ronilson Costa, integrante da coordenação nacional da CPT, afirma que os números são subnotificados e essa violência pode ser ainda maior. Para ele, alguns motivos explicam o aumento das mortes nos campos ano após ano. “Está havendo um aumento de ocorrências de violências contra esses povos e comunidades ao mesmo tempo em que ocorrem diversos retrocessos na área. Há uma política constituída de retrocessos às reivindicações das comunidades camponesas, indígenas e quilombolas”, afirma.

De acordo com ele, os cortes feitos pelo governo, em grandes proporções nos serviços de atendimento da demanda dessas comunidades, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), “têm impossibilitado o exercício das utilidades dessas autarquias”.

Costa indica que os mais diversos motivos se somam, ainda, à estrutura fundiária que é altamente concentrada no Brasil. “Essa é uma concentração histórica, que se junta também ao fato de que os direitos garantidos na Constituição de quem tem atividade no campo, como a reforma agrária e demarcação do território, não estão sendo atendidos”, critica.

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