CPI da Covid aprova relatório que pede indiciamento de Bolsonaro por crimes na pandemia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado aprovou nesta terça-feira (26) o relatório que recomenda o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por graves delitos, entre eles “crimes contra a humanidade” pela gestão da pandemia e pediu a suspensão das contas do presidente nas redes sociais por mencionar informação falsa sobre a Covid.

Conforme previsto, sete dos 11 senadores que investigaram a gestão do governo no enfrentamento à Covid-19 aprovaram o texto apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que também pediu o indiciamento de outras 77 pessoas, incluindo vários ministros e ex-ministros, três filhos do presidente e duas empresas.

Após seis meses analisando os atos e omissões do governo em sessões muitas vezes tensas celebradas em uma pequena sala do Senado, em Brasília, a CPI aprovou o relatório que recomenda o indiciamento de Bolsonaro por dez crimes, entre eles “crimes contra a humanidade”, crime de “epidemia com resultado de morte” e “charlatanismo”.

Ao fim da votação, os senadores fizeram um minuto de silêncio em memória dos 606.246 mortos pela Covid no Brasil.

Desde o início da emergência sanitária, Bolsonaro minimizou a pandemia, defendeu medicamentos ineficazes, como a hidroxicloroquina, e levantou dúvidas sobre a eficácia das vacinas.

A princípio, os senadores investigaram as responsabilidades pelas mortes de pacientes por asfixia no Amazonas, mas depois se aprofundaram nas irregularidades como o deliberado atraso do governo para comprar vacinas ou a existência de um gabinete paralelo de médicos que assessoravam o presidente.

Também levantaram suspeitas de corrupção na compra – não realizada – da vacina indiana Covaxin, que rendeu a Bolsonaro a abertura de uma investigação judicial por “prevaricação” por não denunciar o fato.

Investigaram, ainda, as ligações entre o governo e operadoras privadas de saúde. Foi então que veio à tona o escândalo da Prevent Senior, uma operadora para idosos acusada de usar pacientes como “cobaias humanas” para testar medicamentos ineficazes sem seu consentimento e maquiar o número de mortes pelo coronavírus.

Trata-se de “um relatório político, sem base jurídica (…) O maior escândalo é uma compra de vacinas que não foi realizada”, disse o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), um dos filhos do presidente acusado no relatório.

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