Covid-19: Vacina chinesa deve ser a primeira a chegar à população brasileira

A corrida pela vacina contra o novo coronavírus ganhou, ontem, notícias promissoras. O governador de São Paulo, João Doria, afirmou, em coletiva, que o estudo de fase 3 da chinesa CoronaVac, realizado em mais de 50 mil voluntários, apontou segurança e eficácia para prosseguir com o desenvolvimento. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou o número de voluntários e estados participantes de testes da vacina; e também do imunizante desenvolvido pela Johnson & Johnson.

Em meio às vacinas testadas no Brasil, a vacina chinesa é a que primeiro deve chegar à população. Doria anunciou que a parceria entre o laboratório Sonovac, responsável pela CoronaVac e o estado paulista deve fornecer pelo menos 60 milhões de doses até o fim de fevereiro de 2021, e um primeiro lote de 5 milhões de frascos está programado para chegar no próximo mês de outubro.

O montante, segundo o governador, “é suficiente para imunização de todos os brasileiros de São Paulo”, afirmou, completando que existem negociações no âmbito do Ministério da Saúde para a compra de mais 40 milhões de doses para ampliação da vacinação em outros estados. “Esperamos que, com o sucesso da vacina de Oxford, da AstraZeneca e de outras vacinas, o Governo Federal possa imunizar a totalidade dos brasileiros no menor prazo possível.”

Durante a coletiva, Doria anunciou, também, a autorização de verba federal para auxiliar na compra de doses e de tecnologia da vacina chinesa. “A primeira parte da liberação solicitada pelo governo de São Paulo foi autorizada pelo ministro Eduardo Pazuello no valor de R$ 80 milhões”. Doria agradeceu ao ministro e à equipe da pasta da Saúde “pela postura republicana, técnica e correta de enxergar a vacina do Instituto Butantan e da Sinovac como uma das vacinas necessárias ao povo brasileiro e por ter uma visão que não é vinculada a nenhuma questão partidária, política ou ideológica. Como deve ser”, opinou.

Procurado pelo Correio, o Ministério da Saúde disse, em nota, que a pasta “tem acompanhado mais de 200 estudos que buscam a identificação de uma vacina para a covid-19, com o objetivo de encontrar uma cura efetiva e segura para a doença. Não serão economizados esforços para disponibilizar aos brasileiros, tão cedo quanto possível, uma vacina eficaz, em quantidade e qualidade para atender a população.”

Em agosto, o governo de São Paulo havia solicitado à pasta a destinação de R$ 1,9 bilhão para dobrar a previsão de entrega da vacina, passando de 60 para 120 milhões de doses. O acordo com a candidata chinesa segue os moldes da tratativa da vacina de Oxford, com a previsão da transferência de tecnologia. O Instituto Butantan está responsável pela produção do imunizante, com capacidade de 100 milhões de doses anuais. Após a campanha em São Paulo, o objetivo é ampliar para outros estados brasileiros.

Segurança e eficácia

Diretor da Sinovac na América do Sul, Xing Han agradeceu a parceria brasileira e elogiou o acordo firmado, bem como a condução dos estudos de fase 3. “Estamos confiantes com a vacina, tanto na questão de segurança quanto de eficiência. Daqui a um ou dois meses, já teremos os resultados da fase 3”. Ele garantiu, ainda, que os técnicos do laboratório iriam trabalhar “noite e dia” para cumprir com a demanda de vacinas acordada.

Segundo resultados dos estudos chineses, a CoronaVac apresenta segurança de 94,7% e eficácia de 98%, como relatou Doria. “Os resultados dos estudos clínicos da China mostram um baixo índice de, apenas, 5,3% de efeitos adversos de baixa gravidade. A maioria desses casos apresentou, apenas, dor no local da aplicação da vacina. Efeitos adversos de baixa gravidade são comuns para maioria das vacinas amplamente utilizadas”, garantiu o governador.

A previsão é de que, na segunda quinzena, a imunização seja iniciada, de acordo com critérios de vacinação adotados pela Secretaria da Saúde de São Paulo e dentro do protocolo do Ministério da Saúde. Para iniciar a aplicação na população, no entanto, é necessário aguardar a finalização dos testes, que deve ocorrer até o fim de setembro. O cronograma depende da análise dos resultados e da aprovação da Anvisa.

No Brasil, os testes de fase 3 foram iniciados em 21 de julho e, segundo Doria, não há, até o momento, nenhum registro de reações graves da CoronaVac nos mais de 5,6 mil voluntários já imunizados. Ontem, a Anvisa autorizou o aumento do número de voluntários no estudo da candidata. Mais 4.060 pessoas foram incluídas na pesquisa, que, agora, passa a contar com 13.060 brasileiros. Além disso, o estudo da vacina chinesa será feito, também, nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal.

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