CoronaVac é segura e eficaz para crianças a partir de 3 anos, mostra novo estudo

Pesquisadores do Instituto Millennium de Imunologia e Imunoterapia de Santiago, no Chile, concluíram que a CoronaVac é segura e eficaz em crianças a partir de 3 anos. Os cientistas sugerem também que o imunizante é capaz de proteger contra as variantes de preocupação — como a Delta e a Ômicron — desde os pequenos até os adolescentes de 17 anos.

A análise constatou que a resposta imunológica em crianças de 3 a 11 anos foi maior do que nos adolescentes 12 a 17 anos. No entanto, os dois grupos apresentaram níveis de anticorpos mais elevados do que os encontrados em adultos vacinados com duas doses de CoronaVac em testes anteriores. Os autores comparam também a produção de anticorpos totais em adultos que receberam vacinas da Pfizer e Moderna, sugerindo que a resposta imunológica gerada pela CoronaVac nas crianças é maior.

O estudo, publicado na plataforma medrxiv e ainda não revisado por pares, foi feito em pessoas 963 pessoas de 3 a 17 anos em onze centros de pesquisa do Chile, sendo a maioria na capital Santiago. Os voluntários receberam duas doses de 3µg (600SU) de CoronaVac em um intervalo de 4 semanas. Os resultados apontaram que a vacina é segura e provoca níveis significativos de imunidade humoral (formação de anticorpos) e imunidade celular (primeira ação de defesa do corpo) em adolescentes e crianças.

Os cientistas testaram também a capacidade do soro sanguíneo das crianças de combater as variantes Delta e Ômicron. Eles observaram uma diminuição da capacidade de neutralização de anticorpos contra essas cepas. Os resultados indicam que as duas doses de CoronaVac em crianças as protegem mais contra a Delta do que a Ômicron, como ocorre em adultos.

“No entanto, uma dose de reforço de CoronaVac demonstrou aumentar a neutralização do vírus das variantes preocupantes Gamma e Delta”, escreveram os pesquisadores no estudo.

No Brasil, a CoronaVac é produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e tem autorização de uso em crianças a partir dos 6 anos. O intervalo de aplicação entre as duas doses é de 28 dias para o público infantil. A outra vacina autorizada para uso pediátrico no país é a Pfizer, que pode ser aplicada em crianças a partir de 5 anos.

Nos 30 minutos pós-vacinação, dor local foi relatada por 3,8% e 1,7% dos participantes de 3 a 11 anos após a primeira e segunda dose, respectivamente, e em 2,2% e 8,2% dos adolescentes.

Os efeitos adversos sistêmicos foram relatados em menos de 10% dos participantes. O mais comum em adolescentes foi a dor de cabeça. Já nas crianças, a febre foi mais predominante.

Não houve nenhum relato de efeito adverso grave relacionado à vacina. Uma criança de 3 anos foi internada por 24h por causa de uma infecção por Influenza A.

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