Conselho estuda projeto para pedir afastamento de Cunha da presidência por Edenevaldo Alves Postado em 10 de dezembro de 2015 Integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados estudam uma proposta para encaminhar à Secretaria-Geral da Mesa pedido de afastamento cautelar do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A informação foi confirmada pela assessoria do conselho. O peemedebista é investigado pelo colegiado e tem sido acusado por adversários de interferir, mesmo que de forma indireta, no funcionamento do conselho. Nesta quarta, durante a sexta tentativa do colegiado de analisar o parecer preliminar que recomendava a continuidade do processo de Cunha, o vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA) – investigado pela Operação Lava Jato e alvo de processo com pedido de cassação no mesmo conselho – determinou a substituição do então relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP). O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), acusou a medida de golpe, mas disse que não poderia deixar de cumpri-la. Diante do impasse, Araújo iniciou discussões com deputados próximos que integram o conselho para encontrar um mecanismo que possibilite o afastamento de Cunha do comando da Casa. A equipe jurídica do colegiado começou a elaborar um texto nos moldes de um projeto de resolução. A proposta deverá ser protocolada na Secretaria-Geral da Mesa para, então, começar a tramitar nas comissões até chegar ao plenário. O texto deverá ser tema de conversas entre os membros do Conselho de Ética ao longo desta quinta. Eles devem procurar uma saída que dialogue com a representação protocolada na quarta-feira na Procuradoria Geral da República pelo PSOL e pela Rede pedindo o afastamento de Cunha. O documento contém denúncias de procedimentos adotados por Cunha que, segundo os deputados, são incompatíveis com a função de presidente da Câmara. Na sessão do Conselho de Ética prevista para esta quinta, o presidente do colegiado deverá oficializar o novo relator do processo sobre Cunha, Marcos Rogério (PDT-RO). Ele foi escolhido por Pinato após ter o nome incluído em lista tríplice definida por meio de sorteio. O nome não deveria ser de um partido que pertencesse ao bloco de Cunha ou ao bloco dos partidos que protocolaram a representação contra ele (PSOL e Rede). O relator também não poderia ser do estado do peemebista. Com a oficialização de Marcos Rogério, o parecer do antigo relator, Fausto Pinato (PRB-SP) perde a validade. Rogério afirmou nesta quarta-feira que deverá apresentar o seu relatório na próxima terça-feira (15). Segundo ele, o sue parecer também irá recomendar a continuidade das investigações para averiguar a suposta quebra de decoro parlamentar. Na visão de Marcos Rogério, as investigações sobre o presidente da Câmara devem prosseguir porque a representação contra o peemedebista cumpre “requisitos formais”. “Na admissibilidade só são abordadas questões formais: a legitimidade do autor da representação e se o fato citado é tipificado como quebra de decoro parlamentar. Não se deve entrar no mérito. Eu disse minha posição sobre a admissibilidade, não sobre o mérito”, enfatizou. O Conselho de Ética foi acionado em outubro deste ano por deputados do PSOL e da Rede para que apure se Cunha quebrou o decoro parlamentar por supostamente mentir à CPI da Petrobras quando disse que não tem contas na Suíça – suspeito de envolvimento no esquema de corrupção que atuou na Petrobras e é investigado na Operação Lava Jato. (G1).