Cerrado é o bioma mais atingido por focos de incêndios florestais em 2022

O cerrado queima em níveis recorde neste ano. Até agosto, foram registrados 20.095 pontos de incêndio no bioma, número superior ao que foi identificado na Amazônia – 16.874 – e na Mata Atlântica — 4.684 —, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A marca da destruição no cerrado corresponde a quase metade das queimadas em todo o Brasil, representando 45% do total. Somente em maio, foram 3.578 focos, o pior número para o mês desde que o levantamento começou a ser feito por satélite, em 1998.

Os dados são preocupantes, ainda mais quando se leva em conta que o período mais crítico da temporada de seca ainda está começando — agosto, setembro e outubro. A média da quantidade de focos ativos por ano nesses meses é de 14 mil, 22,7 mil e 12,3 mil, respectivamente. Conforme as estatísticas do Inpe, os focos de incêndio florestal aumentaram 283% entre janeiro e julho no Brasil. Mato Grosso, estado onde o cerrado corresponde a 40% da vegetação natural, tem sido o mais afetado.

A facilidade com que surgem as queimadas no cerrado se explica não só pelas próprias características do bioma, que facilitam a combustão natural no período seco, mas, também, por ação humana. Letícia Gomes, doutora em ecologia pela UnB, descreve essas características:

“A vegetação é composta por gramas e pequenos arbustos que, durante a estação seca, perdem água e se tornam combustível para as queimadas, que precisam de uma fonte de ignição para começar a arder. Naturalmente, essas fontes de ignição são os raios, porém, neste período do ano, raramente ocorrem. Assim, a fonte de ignição neste período é, principalmente, antrópica (provocadas pelo homem): queimadas não autorizadas para fins agropecuários que acabam se descontrolando e atingindo a vegetação nativa do entorno”.

Por mais que a ação do fogo faça parte da dinâmica do cerrado, a ação humana é prejudicial para o funcionamento do ecossistema. Com maior frequência de queimadas, a vegetação perde a capacidade de recuperação. Outro fator preponderante é o processo de mudança climática — também alimentado pelo homem —, que faz com que o cerrado fique cada vez mais quente e seco. (Correio Braziliense)

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