Casos de microcefalia avançam em Pernambuco

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O Ambulatório de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) tem recebido de seis a dez recém-nascidos diariamente com microcefalia, condição em que o tamanho da cabeça é menor do que o normal para a idade. Só na tarde de ontem, quatro famílias foram até a unidade de saúde na esperança de descobrir o que pode ter levado os bebês a desenvolverem essa anomalia congênita.

De agosto até outubro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) teve conhecimento de 90 recém-nascidos com microcefalia. E desde 27 de outubro, quando foi instituída a notificação compulsória imediata dessa anomalia em Pernambuco, a plataforma do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs/PE) já tem cadastrados 141 bebês nascidos este ano com microcefalia. Em comparação aos últimos anos, esse número é expressivo (de 2011 a 2014, a média era de nove registros por ano).

“Estamos empenhados numa investigação criteriosa para identificar possíveis causas da alteração no padrão de ocorrência de microcefalia no Estado. Os exames de imagens dos bebês acompanhados mostram que há lesões que fogem do padrão da microcefalia de caráter genético. Identificamos que existem calcificações no cérebro dessas crianças, o que sugere uma anomalia de cunho infeccioso”, explica a pediatra do Huoc Regina Coeli, à frente da investigação epidemiológica na unidade. O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) é o outro hospital de referência selecionado para o estudo.

O trabalho segue um protocolo clínico, que foi finalizado ontem para estabelecer critérios de análise dos novos casos. O documento, de 28 páginas, detalha como deve ser o atendimento do recém-nascidos com microcefalia, a fim de uniformizar a investigação. O protocolo, elaborado pela SES e pelo Ministério da Saúde, define o fluxo de atendimento, o diagnóstico, a vigilância e o acompanhamento dos bebês. “O passo seguinte é elaborar, em caráter de urgência, um protocolo para as gestantes que, durante um ultrassom, já receberam a informação de que o filho apresenta o tamanho da cabeça menor do que o normal para a idade gestacional”, diz a a secretária-executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Luciana Albuquerque.

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