Bolsonaro insiste em reforma da Previdência neste ano, mas Congresso resiste

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe econômica travaram nesta terça-feira (6) uma queda de braço declaratória com membros do Congresso sobre o prosseguimento da reforma da Previdência. Na chegada ao Ministério da Defesa, Bolsonaro confirmou que tratará da aprovação da reforma com o presidente Michel Temer (MDB) em reunião marcada para quarta-feira (7) no Palácio do Planalto. Ele já havia dito em entrevistas anteriores acalentar a esperança de que algo da reforma fosse aprovado ainda neste ano, como uma leve alteração na idade mínima para aposentadoria.

Neste terça, Bolsonaro voltou a afirmar que o importante é que saia algo, mas ele ressaltou que isso dependerá da vontade do Legislativo. “Tem que sair [alguma aprovação este ano]. Gostaríamos que saísse alguma coisa. E não é o que nós queremos ou o que a equipe econômica quer, mas o que a gente pode aprovar na Câmara ou no Senado”, afirmou o presidente eleito.

Políticos e autoridades se reuniram no Congresso nesta terça para celebrar os 30 anos da Constituição brasileira. Paulo Guedes, futuro Ministro da Economia, afirmou que a aprovação da reforma ainda neste ano seria excelente para o país e “um belo encerramento para o governo Temer”. “Derrubou a inflação, aprovou o teto de gastos, a reforma trabalhista, [terminando com a Previdência], em dois anos seria um governo interessante”, disse após a solenidade na Câmara.

Segundo o economista, se fossem aprovadas a reforma da Previdência e a independência do Banco Central, o Brasil já começaria 2019 com a perspectiva de crescer 3% a 3,5%. “Teria tempo para trabalhar as reformas estruturantes”, completou Guedes. Se a reforma enviada por Temer não for aprovada neste ano, no entanto, ele disse que caberá a Bolsonaro trabalhar com uma nova proposta no ano que vem.

O economista afirmou ainda que a reforma da Previdência é urgente e que o país está “bastante atrasado” em relação ao tema. “Como economista, eu sei que estamos bastante atrasados no front fiscal.” O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, também voltou a defender a reforma. Ele disse que o país precisa disso para fazer frente ao aumento da expectativa de vida no país. (FolhaPress).

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