Bolsonaro e Marina lideram corrida eleitoral sem Lula na disputa, diz pesquisa

A nova pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial 2018, divulgada neste domingo, repete o cenário do último levantamento de abril, com o ex-presidente Lula liderando as pesquisas (30%), seguido de Jair Bolsonaro (PSL), com 17%, e Marina Silva (REDE), com 10%. Num cenário sem Lula, caso o petista seja impedido de concorrer, Marina fica praticamente em empate técnico com Bolsonaro, como já mostrava o levantamento feito dois meses atrás. No estudo, realizado em 174 cidades entre os dias 6 e 7 de junho, o ex-militar teria 19% e a pré-candidata da REDE teria 15%. Como a pesquisa tem margem de erro de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo, ambos podem ter intenções na casa dos 17%. Comparada à pesquisa anterior, realizada há dois meses, Bolsonaro aparece um pouco mais confortável. Na anterior, o resultado era de 17% e 15%, respectivamente, o que pelo mesmo raciocínio da margem de erro, poderia colocar Marina à frente.

Já o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin continua no mesmo patamar, com 6% das intenções num cenário com Lula, e 7% sem o petista na disputa. O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, parece um pouco mais confortável num terceiro lugar caso Lula não dispute. Na pesquisa deste domingo, ele aparece com 11% das intenções nesse contexto. No levantamento anterior, ele tinha 9%, empatado com o nome do ex-ministro Joaquim Barbosa que até então parecia entrar na disputa. Já Álvaro Dias (Podemos) mantém apoio de 4% dos entrevistados. Manuela D’Ávila do PCdoB e Rodrigo Maia (DEM) têm entre 1% e 2% das intenções. Os demais pré-candidatos, como Henrique Meirelles (MDB), João Amoedo, do NOVO, Guilherme Boulous, do PSOL e Flavio Rocha (PRB), têm entre zero e 1% das intenções.

Num segundo turno, Lula, caso pudesse concorrer, bateria todos os seus oponentes, segundo o Datafolha. Chegaria a 49% das intenções de voto contra Alckmin, que teria 27%, ou Bolsonaro (32%), e teria 46% contra 31% se a disputa fosse com Marina Silva. Se o ex-presidente não concorrer, a disputa no segundo turno pode ter diversas possibilidades. Bolsonaro, por exemplo, aparece empatado com Alckmin (33%), e em situação parecida contra Ciro (teria 34% contra 36% do candidato do PDT). Mas perderia de Marina (42% a 32%). Ele teria melhor posição caso o segundo turno fosse disputado com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, se ele for o nome apoiado por Lula (36% a 27%) .

Mas, a quatro meses do pleito, a única certeza que o Datafolha traz é que o quadro atual pode mudar muito até o primeiro turno, ainda que as tendências por candidatos estejam claras. Isso porque o número de sem votos é de 21% numa disputa com Lula concorrendo, e de 34% sem ele. Até lá, a campanha em rádio e televisão, que começa no dia 31 de agosto, deve começar e reforçar certezas ou mudar votos de eleitores. Há, ainda, o capital político do ex-presidente petista, que pode fortalecer um candidato indicado por ele, caso anuncie que desiste de concorrer. O Datafolha constatou que 47% dos seus entrevistados podem considerar um nome que tenha a bênção de Lula na disputa – – 30%, com certeza votaria num nome atrelado a Lula. Um terço dos entrevistados acredita que o ex-presidente preso deveria apoiar Ciro.

Ainda que a situação jurídica do ex-presidente seja indefinida uma vez que está preso, o PT lançou sua pré-candidatura neste sábado, dia 9. Lula vem surfando na sua força eleitoral, e as apostas são de que, sabendo da dificuldade de convencer a Justiça eleitoral a deixá-lo concorrer, ele vai manter o mistério sobre um eventual apoio até o limite possível para garantir uma transferência consistente de votos às vésperas do pleito. Desde que foi preso suas intenções de voto praticamente não mudaram. Mas, sua rejeição também é alta e se por um lado reduz o número de sem votos, por outro há um contingente de 51% de eleitores que afirmar rejeitar qualquer indicação de Lula. (El País).

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