Barragem de Sobradinho registra melhor índice em 6 anos

O reservatório de Sobradinho, maior barragem da região do semiárido brasileiro, está com 41,70% do volume útil. O índice é o melhor para este período entre os últimos seis anos, considerando a estiagem que levou as reservas para os piores patamares, em 2018 e 2019, quando chegou perto do volume morto.

A recuperação é resultado das chuvas que têm atingido de forma mais intensa ou mais branda na atual temporada de inverno, toda a bacia hidrográfica do rio São Francisco no trecho acima da barragem compreendendo Minas Gerais e Bahia.

Na sexta, 21, de acordo com o sistema de acompanhamento dos níveis dos rios e barragens da Agência Nacional de Águas (ANA), a afluência em Sobradinho era de 3.600 m³/s, enquanto que a defluência estava em 810 m³/s. “Entra muito mais água do que sai, por isso a recuperação está boa”, disse o gestor ambiental Rafael Andrada.

A principal influência desta água é das regiões central e norte de Minas Gerais e oeste da Bahia, que drenam suas águas para o Velho Chico. Estas regiões alcançaram índices pluviométricos entre regulares e acima das médias históricas entre janeiro e fevereiro deste ano.

Em diversos municípios do oeste da Bahia e também da margem direita do São Francisco, o nível do rio e seus afluentes chegou a subir sete metros.

“O nível diminuiu uns dois metros, mas ainda está alto”, disse, na sexta, o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Malhada, José Castor.

Isso levou as lagoas marginais a encherem para alegria dos moradores próximos. Em diversos municípios do médio São Francisco, como Bom Jesus da Lapa e Xique-Xique, o repovoamento destes ambientes com alevinos (filhotes de peixes), vislumbram à população a garantia de proteína na alimentação em breve.

As lagoas marginais ficam situadas próximas ao rio São Francisco e só enchem em ano de boas chuvas, quando o nível do rio sobe.

Em ações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) em parceria com prefeituras e outros órgãos regionais, este ano já foram introduzidos no trecho mais de 150 mil filhotes de peixes nativos.

Impacto na lavoura

Neste período, toda a região chuvosa está verdejante e os sertanejos se preparam para anos melhores na lavoura. Também os moradores das ilhas do rio e de terras baixas nas margens, que ainda estão cobertas de água com a enchente, devem plantar a partir do início de março, quando as águas baixarem.

“Esperamos boas colheitas com a subida do rio nas ilhas”, afirmou José Castor, explicando que “é amplamente comprovado que a enchente traz bons nutrientes para o solo da região de planície do Velho Chico, o que é a melhor adubação natural”, enfatizou.

A expectativa é de chuvas regulares e pouco acima da média histórica para março nas regiões da bacia do São Francisco, de acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Mamedes Melo. A partir do mês de abril deve cair dentro da média nestas regiões. (A tarde)

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