Bancários contabilizam assaltos e explosões nas agências de Pernambuco

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No ranking da violência em Pernambuco, as investidas contra agências bancárias, principalmente as localizadas no interior do estado, têm chamado a atenção do Sindicato dos Bancários. Como faz sistematicamente, a categoria acaba de divulgar o mais recente relatório da violência praticada contra os bancos e seus trabalhadores.
De acordo com a pesquisa, baseada em dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), por meio da Polícia Civil e relatos dos próprios bancos e bancários, de 1º de janeiro a 30 de outubro deste ano foram registrados 12 assaltos a banco. Já os casos de explosões a caixas eletrônicos ou cofres foram 18 no Agreste e Sertão, 16 no Recife, cinco na Região Metropolitana, três na Região Metropolitana Expandida (que compreende os municípios de Abreu e Lima, Cabo, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá e São Lourenço da Mata), dois na Zona da Mata Norte e quatro na Zona da Mata Sul. Fora das agências, 128 terminais de auto atendimento também foram explodidos nesse período.

Cinco bancários, todos do Banco do Brasil (BB), foram feitos reféns, algumas vezes junto com seus familiares. Os dois últimos casos aconteceram na semana passada. “Um dos casos foi em Iati, mas foi abafado”, denuncia João Rufino do Egito Filho, diretor jurídico do sindicato. O outro foi noticiado. Aconteceu na quinta-feira passada, em Bezerros. Um funcionário foi feito refém e teve uma bomba amarrada ao corpo, enquanto sua família ficou em poder de outra parte da quadrilha. Todos foram liberados.

“O risco de acontecer uma tragédia é muito alto. E, mesmo quando acaba tudo bem, tem casos que a pessoa se aposenta por invalidez e nunca mais consegue voltar a trabalhar. Em novembro do ano passado, no Santander do Cabo de Santo Agostinho, um funcionário foi sequestrado quando saía do condomínio onde morava. Os bandidos tinham alugado um apartamento ao lado do dele. A esposa e o bebê de três meses também foram mantidos reféns. Em fevereiro ele foi demitido por justa causa. Também estamos denunciando à Justiça do Trabalho e ao Ministério Público o caso de um colega afastado por incapacidade permanente há 12 anos, depois de sofrer quatro assaltos. Na vistoria do INSS deram alta a uma pessoa que continua no psiquiatra, tomando remédios e sem conseguir passar na calçada de uma agência”, acrescentou João do Egito.

De acordo com o sindicalista, o objetivo do relatório é chamar a atenção da sociedade para o fato de que todos estamos inseguros. Ele enfatiza a situação do interior do estado: “Essas cidades têm um efetivo de apenas quatro policiais, enquanto bandidos estão em grande número e fortemente armados. “Nas agências, todas os vidros deveriam ser blindados, como a lei obriga, mas isso não acontece. A ONU determina um policial para cada 450 habitantes, mas tem municípios como Rio Formoso em que quatro homens são responsáveis por 22 mil habitantes entre os moradores da cidade, da Usina Cucaú e Conceição. Quando, depois de uma investida, os assaltantes espalharam grampos que furaram os pneus da viatura, os comerciantes fizeram uma cota para comprar pneus novos para a policia. É daí pra pior. É uma questão de política de segurança
pública”, aponta João. (DP.

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