Bahia: Sítios arqueológicos são identificados em  Sento Sé e Umburanas

Durante a execução do trabalho, as equipes encontraram, além de pinturas rupestres, artefatos líticos- ferramentas feitas de pedra, como machados e outros instrumentos para moer e cortar. De acordo com a arqueóloga da Engie, Luciana Ribeiro, os sítios localizados nas áreas dos empreendimentos implantados pela Companhia na região tiveram datações bem distintas.

“Temos áreas com aproximadamente 1.000 anos antes dos presentes; outras entre 2.000 e 2.900 anos antes do presente e outras com 3.000 a 3.920 anos antes do presente. Com relação às  pinturas, não se conseguiram dados nos sítios arqueológicos escavados para chegar às datações, mas há indícios, pela análise dos suportes, que foram repintadas por grupos do passado”, informou Luciana, destacando que os indícios mostram ainda a ocupação e passagem de grupos caçadores – coletores e/ou ceramistas nos locais e na região.

Etapas do trabalho

As atividades de  arqueologia no local iniciaram ainda durante o planejamento do empreendimento, quando foi realizada uma análise completa do potencial arqueológico da região atingida pelo projeto. O trabalho seguiu na fase de execução da obra, em que as equipes acompanharam as atividades de supressão e movimentação de terra a fim de garantir o resgate de sítios identificados nestas áreas. A ação segue até a emissão da Licença de Operação, etapa final do projeto.

De acordo com Luciana, o estudo possibilitou o levantamento das populações pré-históricas e históricas e seus hábitos de vida. “Todos os sítios arqueológicos encontrados na região foram analisados a luz de estudos feitos no passado, cruzando os dados com pesquisas atuais”, destaca.

O trabalho de remoção e registro dos materiais seguiu protocolos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) da Bahia e foi registrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Educação Patrimonial

A educação Patrimonial foi mais uma etapa do trabalho de conservação e preservação do patrimônio arqueológico e cultural local, realizado pelo empreendimento na região. Baseado na ideia do “conhecer para preservar”, diversas estratégias foram desenvolvidas para apresentar à comunidade as riquezas encontradas localmente.

As ações possibilitaram o diálogo, reflexão sobre a valoração da memória local e desenvolvimento social e econômico por meio da apropriação e ressignificação do patrimônio cultural. “Com a disseminação desse conhecimento tivemos a oportunidade de construir com as comunidades uma postura de defesa dos diferentes suportes de memória e o reconhecimento da multiculturalidade existente”, ressalta Luciana.

Durante a implantação do CL2, foram realizadas campanhas educativas, que incluíram eventos como palestras, rodas de diálogos, oficinas, exposições fotográficas, intervenções patrimoniais e apresentações culturais com grupos locais. Estudantes, professores e gestores das escolas da rede pública de ensino municipal e estadual, situadas no entorno do Empreendimento, além das comunidades próximas, organizadas em associações de moradores, culturais, educativas, entre outros, foram os principais públicos alvo.

Ao todo, 98 sítios arqueológicos, majoritariamente pré-coloniais foram identificados nas áreas dos três empreendimentos implantados pela Engie na região. “Os sitios arqueológicos de arte rupestre, não sofreram impactos, ao contrário, receberam ações de conservação e preservação. Alguns sítios arqueológicos líticos e cerâmicos foram escavados para implantação de estruturas de obras e sempre que possível relocamos  estruturas para não afetá-los’’, destaca Luciana, informando ainda que muitos sítios arqueológicos estavam posicionados na área de influência indireta, onde não houve nenhum tipo de impacto. (Ascom / Angie)

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