Audiência discute os impactos do rompimento da barragem de Brumadinho no Rio São Francisco

Mais de cem dias após o rompimento da barragem Mina do Feijão, localizada em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), os efeitos do desastre foram discutidos na audiência pública “Os Riscos ao Rio São Francisco após o Rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho”, nesta terça-feira (07), no Recife (PE). Durante o evento, promovido pela Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a pesquisa “Monitoramento Geoespacial do Risco de Contaminação do Rio São Francisco Pós-Brumadinho”, realizada pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), foi apresentada pelo pesquisador Neison Freire.

De acordo com a análise, desde o último dia 12 de março, a pluma de rejeitos da barragem chegou à margem direita da Usina Hidrelétrica Três Marias por meio do Rio Paraopeba e, a partir daí, está se diluindo no lago e seguindo para o Rio São Francisco. Embora a contaminação dos rejeitos que chegaram ao Velho Chico ainda não tenha ultrapassado os limites toleráveis para consumo, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, adverte que é preciso olhar para o futuro e se precaver.

“Nosso Comitê é a favor de que as análises do lago de Três Marias se intensifiquem. Temos que nos preparar para acelerar o processo dessas pesquisas. Ainda não há nenhuma das substâncias fora do limite tolerável no lago de Três Marias, mas é preciso acompanhar como esses rejeitos vão refletir daqui a algum tempo e, também, na cadeia alimentar, uma vez que existem peixes habitando ali”, comentou Anivaldo Miranda.

O presidente reforçou que a Bacia do Rio São Francisco precisa ser uma prioridade, pois é uma “questão nacional”. “Precisamos focar nos pontos que ameaçam o Velho Chico, pois ele não tem um plano B, então é absolutamente fundamental para o nosso País. É um rio que representa 70% da disponibilidade hídrica do Nordeste”, argumentou. E completou: “A chegada desses rejeitos ao São Francisco tem que mexer com nossa sociedade. Precisamos ter segurança de que o Rio São Francisco não será o próximo Rio Doce”.

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