Área do bairro Terras do Sul é motivo de disputa entre moradores e a paróquia

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Área Terras do Sul

Um grupo de moradores do bairro Terras do Sul está realizando mobilizações no referido bairro e também nas redes sociais por conta de uma área doada a Paróquia pela Prefeitura Municipal de Petrolina, no ano de 2004. O terreno tem mais de 5.000 m² e foi doado sob registro da Lei Municipal de nº 1.496 para a Igreja Católica dos bairros Santa Luzia, São Jorge, Terras do Sul e Mandacaru.

Placa do terrenoSegundo um dos moradores, Pedro Elias, a área foi doada para a Igreja, mas destinada para construção de um centro comunitário que deveria ser construído no prazo de 36 meses. “Agora que eles começaram a construir, mas será uma casa paroquial e dez salas de catequese, e a comunidade não quer a obra. Pois a rua 07 está sendo fechada e está acabando o campo. É o nosso lazer! O campo é utilizado como área de lazer desde 2000, de domingo a domingo jogamos bola, organizamos torneios, realizamos projeto com crianças para que elas não fiquem na rua, mas está acabando por conta do desgaste e dessas confusões (polícia, guarda municipal, máquina vindo cavar). O que nós queremos é que o poder público venha ouvir a comunidade, se área é da comunidade, nada mais justo que ela decida o que deve ser feito.”, declarou o Elias.

No local está sendo contruído o alicerce nas laterais da obra, a parte que se localiza ao fundo da paróquia e que fica no meio do campo ainda não cavada, pois no dia em que o trator esteve no local, Pedro entrou embaixo do trator impedindo a escavação e chegou a ouvir “quem joga bola é vagabundo”, relatou Elias. De acordo com ele, os moradores realizaram um abaixo-assinado e protocolaram no Gabinete do Prefeito de Petrolina, fizeram uma denúncia na ouvidoria e também no Ministério Público pedindo uma liminar para parar a obra, o qual o resultado é esperado pra hoje (02). Ele ainda contou que o que os representantes da igrejas comentam que “bola não enche barriga”.

Em relação as questões relatadas, o Padre da Paróquia, Juraci Bernardes da Silva, declarou, “vamos continuar trabalhando e agora a tarde o trator volta para cavar o que falta. É um desrespeito com igreja, já que foi tudo dentro da lei. O que foi doado a igreja é da igreja, a comunidade constrói junto com a igreja, é da comunidade, mas fica sob administração da igreja” disse Silva.

Sobre as mobilizações dos moradores, ele comentou “jogar bola enche barriga? Por aí se tira uma reflexão. Um abaixo-assinado não é nada, qualquer pessoa pode fazer. Eles não entendem nada! Há mais de 12 anos a igreja está no local, dá pra ver outro lugar para jogar. Existe uma área coberta a 500 metros, no bairro vizinho, Santa Luzia, mas se a comunidade não quer que joguem lá é porque causa problema. Existe ainda vizinho ao terreno da igreja uma área de 4.000 m² que pode ser utilizada.”

O Padre ainda ressaltou que cabe ao município construir uma estrutura onde as pessoas possam usar. Na área doada a igreja estão dois postes e cinco bocas de lobos, os quais Silva disse que são necessários, “não solicitei a retirada dos postes porque está beneficiando a paróquia iluminando a área e as bocas de lobos serão necessárias quando o espaço estiver funcionando”, afirmou.