Após se automedicar com hidroxicloroquina, médico tem mal súbito e morre na Bahia por Edenevaldo Alves Postado em 21 de abril de 2020 (FILES) In this file photo taken on February 26, 2020, medical staff shows o at the IHU Mediterranee Infection Institute in Marseille, packets of a Nivaquine, tablets containing chloroquine and Plaqueril, tablets containing hydroxychloroquine, drugs that has shown signs of effectiveness against coronavirus. - Hydroxychloroquine, an antimalarial drug dubbed a "gift from God" by US President Donald Trump for its potential ability to fight the new coronavirus, was found to be no more effective than standard treatment in a small Chinese study. The paper, which was published in the Journal of Zhejiang University on March 6, 2020, looked at 30 COVID-19 patients, half of whom received the medicine. (Photo by GERARD JULIEN / AFP) Um médico de 55 morreu em Ilhéus, sul da Bahia, dias após ter se automedicado com uma combinação de hidroxicloroquina e azitromicina. Gilmar Calazans Lima registrou os primeiros sintomas da Covid-19 no dia 10 de abril, quando começou a apresentar dores de cabeça. Na última quinta-feira (16), deu entrada no hospital regional Costa do Cacau, em Ilhéus, onde era funcionário. Como tinha sintomas leves e quadro estável, o médico teve material coletado para testagem, foi liberado e orientado e cumprir quarentena em casa. O resultado do exame, positivo para o novo coronavírus, saiu no sábado (18). Por conta própria e sem ter sido receitado pelo hospital, o médico passou a fazer uso de uma combinação de hidroxicloroquina e azitromicina. Segundo familiares, ele vinha apresentando melhora clínica nos últimos dias. Sintomas como febre e falta de ar já haviam sido controlados. Na madrugada desta segunda-feira (20), contudo, ele teve um mal súbito e foi internado às pressas no hospital, onde deu entrada com uma parada cardiorrespiratória. O médico foi submetido a manobras de reanimação por cerca de 45 minutos, mas permaneceu sem estabilizar o ritmo cardíaco e acabou morrendo. Ao comentar o caso nesta terça-feira (21), o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou que o uso do medicamento deve ser precedido de avaliação cardiológica e realização de eletrocardiograma. “É sabido que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem levar a arritmias cardíacas graves potencialmente fatais”, afirmou Vilas-Boas. Segundo secretaria de saúde, Gilmar Calazans Lima era hipertenso e diabético, mas tinha controle adequado das doenças. Ele foi a 45º vítima da Covid-19 e o primeiro profissional de saúde a morrer da doença na Bahia. Desde o dia 8 de abril, a secretaria de Saúde da Bahia autorizou o tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina em pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O uso do medicamento, contudo, é orientado apenas para pacientes internados. Antes de começar a ser medicado, o paciente deve seguir uma série de protocolos que incluem exames e avaliação cardiológica. (DP).