Após 16 tremores de terra, pesquisadores sugerem ‘enxame sísmico’ na Bahia por Edenevaldo Alves Postado em 5 de setembro de 2020 Após dias consecutivos de tremores no interior da Bahia, pesquisadores da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) suspeitam que possa se tratar de um enxame sísmico. Pois é, o fenômeno acontece quando um tremor de magnitude maior – como o que ocorreu no domingo (30), de 4,6 na escala Richter – desencadeia evento menores, como os que foram sentidos na madrugada de segunda (31) e terça-feira (01) na região de Amargosa. É o que explica o sismólogo e geofísico Juraci Carvalho, que já participou de treinamentos em sismologia no Japão, Estados Unidos e Áustria e integra o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB). Carvalho ainda disse que a falha geológica que se encontra no Recôncavo Baiano – que é uma das 42 que existem no Brasil, que está sobre a placa tectônica Sul-Americana – está em período de acomodação, o que gera esses novos terremotos diários. “Sempre que ocorre um tremor de magnitude pequena para média, geralmente você tem um período de acomodação, em que a falha [geológica] começa a ser submetida por um esforço, se rompe, e pequenos pedaços continuam se rompendo até você ter uma acomodação total da falha. Pode acontecer esse ciclo por muito tempo, semanas, meses e anos. Esses eventos que têm mais ou menos a mesma magnitude podem ser um enxame sísmico, mas estamos ainda nos estudos preliminares, catalogando”, esclarece o pesquisador. a probabilidade é que os tremores continuem nos próximos dias. “Pode ser que eles continuem diminuindo a magnitude, como também pode ter uma outra reativação da falha e acontecer um outro evento maior. Em termos de terremoto, a natureza não avisa muito o que pode surgir”, analisa o sismólogo Juraci Carvalho.