Após 16 tremores de terra, pesquisadores sugerem ‘enxame sísmico’ na Bahia

Após dias consecutivos de tremores no interior da Bahia, pesquisadores da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) suspeitam que possa se tratar de um enxame sísmico. Pois é, o fenômeno acontece quando um tremor de magnitude maior – como o que ocorreu no domingo (30), de 4,6 na escala Richter – desencadeia evento menores, como os que foram sentidos na madrugada de segunda (31) e terça-feira (01) na região de Amargosa.

É o que explica o sismólogo e geofísico Juraci Carvalho, que já participou de treinamentos em sismologia no Japão, Estados Unidos e Áustria e integra o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB). Carvalho ainda disse que a falha geológica que se encontra no Recôncavo Baiano – que é uma das 42 que existem no Brasil, que está sobre a placa tectônica Sul-Americana – está em período de acomodação, o que gera esses novos terremotos diários.

“Sempre que ocorre um tremor de magnitude pequena para média, geralmente você tem um período de acomodação, em que a falha [geológica] começa a ser submetida por um esforço, se rompe, e pequenos pedaços continuam se rompendo até você ter uma acomodação total da falha. Pode acontecer esse ciclo por muito tempo, semanas, meses e anos. Esses eventos que têm mais ou menos a mesma magnitude podem ser um enxame sísmico, mas estamos ainda nos estudos preliminares, catalogando”, esclarece o pesquisador.

a probabilidade é que os tremores continuem nos próximos dias. “Pode ser que eles continuem diminuindo a magnitude, como também pode ter uma outra reativação da falha e acontecer um outro evento maior. Em termos de terremoto, a natureza não avisa muito o que pode surgir”, analisa o sismólogo Juraci Carvalho.

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