Iniciadas obras de recuperação e ampliação de reservatórios do projeto Nilo Coelho, em Petrolina

Os produtores do projeto Nilo Coelho, em Petrolina (PE), terão reforço hídrico para realização de suas atividades. Cerca de R$ 1 milhão está sendo investido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na recuperação e ampliação da capacidade de reservatórios do projeto público situado no Submédio São Francisco. Os recursos investidos na obra são do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Irrigação.

As intervenções irão ocorrer nas Estações de Bombeamento (EBs) 28 e 31 e vão beneficiar diretamente142 produtores. O superintendente regional da Codevasf em Petrolina (PE), Aurivalter Cordeiro, reforça que o trabalho é fruto de planejamento iniciado em 2011. “A Codevasf, como instituição responsável pela implantação, operação e acompanhamento dos perímetros irrigados, tem que está preparada para enfrentar problemas futuros. Com a recuperação destes reservatórios-pulmão, será permitido que sejam feitos trabalhos de requalificação do canal principal sem necessidade de desligar o sistema”, explica Cordeiro.

De acordo com José Costa Barros, gerente regional de Empreendimentos de Irrigação da Codevasf em Petrolina, a previsão é de que os serviços sejam concluídos em dezembro deste ano. “Começamos os trabalhos no reservatório da Estação de Bombeamento 28 com a retirada de solo mole”, afirma.

Após a conclusão das obras, a expectativa é que a capacidade dos reservatórios seja praticamente dobrada. O reservatório nº 17, da EB 28, atende a uma área irrigável de 568 ha. Atualmente, seu volume está reduzido em razão do tempo de operação (quase 30 anos), além da proliferação de vegetação aquática e assoreamento acentuado. “A capacidade atual é 26,5 mil m³ e passará para 155,8 mil m³, ou seja, será ampliado em 5,8 vezes”, explica Barros.

Já o reservatório nº 19, da EB 31, atende a uma área irrigável de 561 ha. Hoje, o volume útil é de 220 mil m³ e passará a ter seu volume ampliado em 2,5 vezes, ou seja, terá capacidade para 557,4 mil m³. Esse reservatório foi atendido parcialmente em um contrato anterior, com a execução de 50% do serviço.

Ainda segundo Barros, as obras irão permitir que outras ações previstas no plano de reabilitação do Nilo Coelho sejam realizadas. “O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) foi responsável pela elaboração desse plano e destacou as principais ações que deveríamos priorizar, principalmente a parada prolongada (de até 15 dias) do canal principal, no trecho que atende a esse setor hidráulico, para a realização dos serviços de revitalização do canal, como a reposição de revestimento em concreto. Isso só será possível quando concluirmos a recuperação e a ampliação dos reservatórios”, explica o técnico.

Expectativas positivas

No cenário atual, onde não há garantia quanto ao próximo período chuvoso na bacia do rio São Francisco, a obra está sendo muito bem recebida pelo irrigantes, que a consideram como um reforço hídrico para as suas atividades.

Para o produtor Leduar Gomes, da área N-10 do projeto Nilo Coelho, a obra só trará vantagens. “Ampliar os reservatórios é muito bom para o sistema. Se houver qualquer problema de falta d’água, os reservatórios serão mantidos por mais tempo. É bom também para limpeza da água e para economia de energia, por exemplo, entre outros benefícios”, explica o produtor, que planta atualmente manga e sapoti em seu lote. Ele é irrigante no projeto desde 1989.

O projeto público de irrigação Senador Nilo Coelho é uma das principais áreas de fruticultura da região. É o grande responsável por colocar o município de Petrolina entre os maiores exportadores de frutas do Brasil, com destaque para a manga e a uva.

Dos cerca de 20 mil hectares irrigados no projeto, mais de 60% correspondem a lotes de pequenos produtores. A produção mantém 23 mil empregos diretos e 35 mil indiretos, com uma produção de 691 mil toneladas de alimentos (principalmente frutas) em 2016. O valor bruto da produção no período chegou a R$ 1,3 bilhão.

A infraestrutura do projeto é composta por 976 km de canais, 818 km de adutoras, 711 km de estradas, 263 km de drenos e 39 estações de bombeamento. Os principais sistemas de irrigação na área são por microaspersão, aspersão e gotejamento.

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