O empresário pernambucano já voltou a investir, deixando para trás a crise e a desconfiança dos últimos anos. Pelo menos é isso que indica o saldo de contratações do Banco do Nordeste (BNB). É que o banco registrou 63,1 mil operações de crédito no Estado em 2018, liberando R$ 4,4 bilhões ao setor produtivo local através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) – o maior volume de financiamentos da história do FNE e do BNB no Estado.
“Registramos o recorde de aplicações do FNE em Pernambuco. Saímos de R$ 1,3 bilhão em 2017 para R$ 4,4 bilhões em 2018. E o que motivou esse resultado foi a retomada da confiança do empresariado na possibilidade de sair da recessão”, revelou o superintendente do BNB em Pernambuco, Ernesto Lima Cruz, durante visita à Folha de Pernambuco nessa terça-feira (29). Ele veio com o gerente de negócios e assistente da superintendência, Marcelo Santos e Ana Paulo Amorim, respectivamente, para mostrar os bons resultados do banco ao diretor operacional da Folha, José Américo Góis.
“Esses recursos vão repercutir na economia nordestina, principalmente na geração de emprego e renda, que é o que precisamos estimular em Pernambuco”, explicou Cruz. Ele contou que, dos R$ 4,4 bilhões financiados pelo FNE em Pernambuco, R$ 2,6 bilhões foram para os setores produtivos tradicionais – agronegócio, indústria, comércio e serviços. Já o outro R$ 1,8 bilhão foi para obras de infraestrutura. E, com isso, Pernambuco registrou o segundo maior volume de empréstimos do FNE em 2018, atrás apenas da Bahia.
“Também superamos a meta de aplicações na área de atuação do banco. Saímos de R$ 16 bilhões para R$ 32,6 bilhões aplicados no Nordeste. Mas Pernambuco contratou três vezes mais que em 2017”, afirmou o superintendente, dizendo que essa alta fez com que todos os recursos do FNE que ficaram represados no BNB durante os anos de crise fossem tomados pelo setor produtivo em 2018.
Com isso, o orçamento deste ano do FNE é de R$ 23 bilhões, dos quais R$ 3,2 bilhões estão reservados para Pernambuco – recurso que, se depender da confiança do empresariado estadual, será pouco, segundo Cruz. “Já temos demanda suficiente para esse orçamento. Nosso desafio, então, é atender a todos esses projetos”, revelou o superintendente, garantindo, porém, que se faltar dinheiro, o BNB pode aumentar a verba destinada a Pernambuco, remanejando recursos de estados que têm menos demanda. (FolhaPE)