O que muda a partir de agora no Caso Beatriz com a atuação de seis promotores nas investigações? Esse foi o principal questionamento feito durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (15), na sede do Ministério Público de Petrolina com a presença da equipe de seis promotores que atuarão 24h nas investigações do crime que são: Carlan Carlo, Ana Rúbia Carvalho, Júlio César Soares, Lauriney Reis, Bruno de Brito e Rosane Cavalcanti.
Segundo Júlio César Soares, promotor que conduziu maior parte da coletiva, o grupo de trabalho do caso irá participar de todos o processo realizado pela polícia judiciária, tendente a elucidar o crime. Com a possibilidade dos seis integrantes da equipe de promotores, quando um não puder acompanhar as atribuições, outro promotor deverá participar.
O que muda com a atuação de seis promotores no caso?
Questionado se apenas um promotor daria celeridade ao caso, já que os demais são sobrecarregados com sua tarefas, Júlio César Soares ressalta que modificações foram feitas no organograma dos cargos de cada promotor envolvido, através da Procuradoria Geral para criar objetivos específicos em tratar o caso como especial.
“Dr. Carlan atuou como coordenador do caso , por exemplo, e ficava uma sobrecarga devido as outras funções que exercemos e na central de inquéritos teremos três colegas atuando. Antes com um só promotor, não teríamos essa dedicação exclusiva no Caso Beatriz e agora temos. Serão seis trabalhando com dedicação neste inquérito”, ressalta.
A criação desde grupo de promotores, segundo Júlio César Soares, não será um processo isolado dos demais casos acumulados na justiça.
“Seis cabeças trabalham mais cabe a polícia elucidar o crime, nós entramos no caso apenas como um reforço. O promotor Carlan terá mais ajuda para solucionarmos o caso com maior brevidade”, disse.
Responsabilidades do crime e polêmica envolvendo o Colégio Maria Auxiliadora
Existem aquelas pessoas que participaram diretamente do crime ou até outras que agiram indiretamente no crime, conforme o que já foi revelado pela polícia. E ainda ocorre a polêmica da noite do crime, onde a escola não teria comunicado oficialmente aos órgãos de segurança que haveria uma festa no dia 10 de dezembro de 2015. O promotor explica se pode ter ocorrido uma participação passiva da instituição no crime. Neste caso criminal tenta-se comprovar, que pessoas que cometeram o ato agiram com dolo, ou seja, com a intenção de fazer o crime bárbaro que chocou a população.
Pode ser que tenha ocorrido a omissão, alguém que não queira que o resultado do episódio seja apresentado, mas que no decorrer das investigações, as provas sejam direcionadas a instituição ou não aparecerão.
“As responsabilidades elas são diferentes. Você pode ser responsável civilmente, penalmente ou administrativamente conforme o caso. Neste específico temos que provar quem teve a intenção de praticar esse crime. Ocorre também a omissão. Ela só é relevante penalmente, quando ela é praticada por alguém que tem a obrigação de evitar o resultado. Não tenham dúvidas, que um Colégio quando assume seus alunos, ele tem o dever de proteção, Todavia os crime omissivos têm uma intenção. Não sei se a polícia investiga possíveis omissões do colégio nesse caso de Beatriz, mas na área criminal seria muito difícil compreender essa situação do colégio ter a intenção ou agir deliberadamente no sentido do crime ter ocorrido dentro do seu espaço, em seus perímetros”, explicou.
Desconexão entre Ministério Público e Polícia Civil?
O promotor alega que O Ministério Público não teve ainda nenhum tipo de conversa formal com a Polícia Civil depois de seis meses do crime, mas que uma data será marcada para que os dois órgãos entrem em uma maior sintonia.
“O delegado já acenou positivamente que nos vai receber e quero que compreendam que, um inquérito que ocorre em segredo de justiça antes do Ministério Público”, ressalta o promotor ao alegar que a imprensa soube antes do órgão estadual sobre a existência de um novo vídeo esclarecedor do Caso Beatriz.
“O diálogo sempre existiu com a polícia, mas com esse novo grupo de seis promotores, essa reunião ainda vai acontecer essa semana”, afirma.
Atuação do grupo de trabalho formado por seis promotores
O promotor Júlio César Soares pediu confiança a população e aos pais de Beatriz na condução da equipe de seis promotores na investigação do caso.
“Nós vamos acompanhar o que foi apurado pela polícia, alem de reunirmos com os pais de Beatriz. Queremos dizer que tenham paciência porque tudo ocorre em restrição. Não podemos é ficar a todo momento revelando algo que anda em investigação”, diz.
Ministério Público ouve pais de Beatriz
“Vamos fazer um contato direto com Lucinha Mota e Sandro e entendemos a dor. Os pais merecem ser ouvidos”, enaltece Julio César. Logo após a coletiva, o grupo dos seis promotores realizaram uma reunião com os pais de Beatriz, sem a presença da imprensa. A equipe terá o comando do Procurador-Geral de Justiça, Carlos Augusto Guerra de Holanda e a coordenação de Carlan Carlo da Silva. (Foto ao lado).
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