Delegado diz que Caso Beatriz não será esquecido e retrato falado do possível assassino poderá ser refeito

0
1

delagado

Depois da cobrança da população e imprensa local, o delegado responsável pelo caso Beatriz Marceone Ferreira Jacinto após dois meses resolveu comentar sobre o andamento do processo. Questionado se há alguma novidade no caso, o delegado disse que o trabalho continua ‘firme e forte’ e que não está parado, continua andando e esclarecendo que esse episódio não vai cair no esquecimento até a sua elucidação, mas até agora não foi encontrado o culpado ou envolvidos no crime”.

Algumas situações dentro da investigação precisam ser esclarecidas, testemunhas ainda faltam ser ouvidas e de acordo com o delegado, a polícia ainda não sabe o local onde Beatriz foi assassinada. Alguns resultados periciais estão sendo aguardados para que o local do crime possa ser divulgado em sua certeza.

“O local do crime continua preservado e certamente o lugar onde a menina foi morta está isolado, tudo continua sob sigilo”, conta Marceone.

Dos cinco personagens citados pelo delegado, ainda estão sendo apuradas provas para que não se chegue até o culpado apresentando argumentos insuficientes. “Estamos tendo muita cautela para não prender qualquer pessoa e soltar no outro dia e também não se pode pedir a prisão de alguém sem provas suficientes só por prender”, revela.

Muitas pessoas já foram ouvidas mais de uma vez e a qualquer momento elas estarão intimadas a depor novamente. Algumas já foram alertadas e uma possível saída das pessoas citadas no inquérito pode comprometer o caso.

A polícia conta que alguns pedidos para o andamento das investigações foram negados pela justiça, que envolve o Ministério Público, mas observando a necessidade da causa, em seguida ocorreu a liberação de alguns recursos judiciais. “Insistimos sobre a real necessidade e o judiciário tem sido sensível”, frisa.

O delegado reafirma que os melhores recursos, sejam materiais envolvendo dinheiro, estão sendo disponibilizados pela Secretaria de Defesa Social (SDS), mas que o caso continuará sendo longo até ser solucionado.

“Os recursos continuam sendo os melhores, não vejo nenhuma dificuldade dentro dessa investigação, mas ela será longa, mas não por falta de policiais que trabalham dia e noite neste caso. Continuo dizendo que não vamos resolver da noite para o dia”, afirma.

O Colégio Auxiliadora

Respondendo algumas demandas da população que em parte questionou durante seis meses o motivo da instituição não ser fechada, o delegado diz que algumas irregularidades apontadas recentemente sobre o funcionamento da escola que estaria sem alvará, não cabe ao andamento do processo.

“Essas irregularidades da escola, a família juntamente com os advogados da instituição podem atuar em outra esfera, que é a esfera cível. Nós trabalhamos apenas com a parte criminal que não diz respeito ao funcionamento do Colégio. Agora não podemos dizer, por exemplo, que a falta de alvará no Colégio pode ser um erro e ter ocasionado a morte de Beatriz. Temos que comprovar o que muitas pessoas andam dizendo. Esse caso envolve uma análise muito delicada”, argumenta.

Marceone Ferreira frisa durante a entrevista que a escola vem contribuindo com as investigações de maneira positiva sem intervenções da mesma.

“Nunca tivemos nenhum problema com a escola. Temos acesso direto, os funcionários estão e ainda serão ouvidos. Ninguém deixou de ser ouvido. Então a escola não pode dificultar o trabalho da polícia e se isso acontecer, a direção poderá responder criminalmente. Ela abre as portas com acesso a polícia, mas esperamos que não somente as portas sejam abertas”, frisa.

Sobre as recentes reformas realizadas pelo Auxiliadora, o delegado foi claro. “Nós acreditamos que a área ou espaço do crime continua isolada e se a escola fizer alguma reforma em todo o terreno do crime, onde a criança foi morta, com o andar das investigações, se isso ficar comprovado, a escola estará envolvida diretamente no crime. Não quero crer numa situação dessas, nós estamos verificando tudo até hoje, inclusive as salas que foram modificadas”.

Novas informações

O delegado revela que um vídeo vem contribuindo com as investigações. Nesse material é possível perceber o momento exato que Beatriz desceu até o local do bebedouro, quem desceu e subiu depois da garota.

“Nós não tínhamos registro desse momento em que Beatriz deixa a quadra e vai até o bebedouro, mas nós temos esse vídeo que já esclareceu muito algumas dúvidas, o horário preciso onde tudo aconteceu. Nós tivemos 20 minutos do horário que a menina desceu até o momento das pessoas começarem a procurá-la. O espaço de tempo foi muito curto e a pessoa pode ter cometido o crime até menos de 20 minutos. Temos essa linha de investigação, onde diz que o crime foi premeditado”, ressalta Marceone.

Retrato falado pode ser refeito

O delegado Marceone Ferreira revelou que outras testemunhas viram o suspeito e talvez o retrato deverá ser refeito.

“Estamos vendo a possibilidade de estarmos refazendo esse retrato falado. Inicialmente três pessoas ajudaram a compor o mesmo e como surgiram novas testemunhas que alegam ver uma pessoa em atitude suspeita essa hipótese não está descartada, mas não descaracterizando o que já existe. Vamos esclarecer ainda mais o retrato do suspeito deixando-o mais próximo de ser localizado com características mais reais”, conclui o delegado Marceone Ferreira.