Um ano depois de “uma das maiores humilhações da história do futebol”, como ainda hoje a derrota brasileira por 7 a 1 na semifinal da Copa de 2014 é vista pela imprensa alemã, o técnico campeão mundial, Joachim Löw, classifica o jogo histórico como a vitória mais importante de sua carreira, mas revela momentos de apreensão pessoal pela gravidades dos acontecimentos para os brasileiros.
O treinador alemão conta que, durante a tragédia brasileira, ele lembrou de que passara pela mesma situação oito anos antes, quando era auxiliar do então técnico da Alemanha, Jurgen Klinsmann, na eliminação dos alemães para a Itália também na semifinal, quando eram os anfitriões da Copa de 2006.
— O jogo (7 a 1) já entrou para a história do futebol alemão como uma vitória sensacional, que foi também a que me causou mais apreensão — afirmou Joachim Löw em respostas ao GLOBO encaminhadas pelo porta-voz da seleção alemã, Jens Grittner.
Também nas lembranças do aniversário do 7 a 1, em declaração publicada pelo jornal alemão “Die Welt” no último dia 28 de junho, Löw foi além, destacando que evitar uma imagem arrogante e uma humilhação aos brasileiros ainda maior que a sucessão de gols foi uma preocupação sua:
— Durante o intervalo, falei com cada um dos jogadores, exigindo que evitassem uma arrogância para com os derrotados. Para mim, era importante não humilhar os brasileiros — disse Löw.
O treinador diz que ainda hoje não compreende como o Brasil continuou perdido no segundo tempo. Ele esperava uma reação maior, mesmo que fosse praticamente impossível igualar o placar. O treinador nega ter orientado os seus jogadores para tirar o pé ou não fazer ainda mais gols, como chegou a ser noticiado pela imprensa alemã.
— Para o segundo tempo, eu pedi aos jogadores o mesmo empenho, seriedade e dedicação que haviam mostrado no primeiro tempo. (O globo).