Os ânimos durante a votação no Plenário da Câmara dos Deputados da Medida Provisória 665, que endurece as regras de acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, voltou a esquentar após sete minutos de interrupção para a retirada dos manifestantes contra a medida que estavam nas galerias e soltaram cópias de uma cédula de 100 dólares com as caras da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e gritavam “Fora PT”, “Fora Dilma”.
Durante o debate para a continuidade das tentativas da oposição para a obstrução da votação, a deputada Jandira Feghali (PCdoB- RJ) e o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) tiveram um estranhamento. “Mulher que participa da política e bate como homem tem que apanhar como homem também”, disse o democrata para Jandira enquanto ela falava que ia abrir um processo de quebra de decoro contra o deputado Roberto Freire (PPS-PE). Isso causou comoção das mulheres presentes que partiram para defender Jandira.
De acordo com os presentes, a deputada fluminense tomou as dores de Orlando Silva que estava falando ao microfone e foi interrompido por um tapinha no ombro de Freire e se queixou de que estava sendo agredido e gritou “não me toque”.
Sem medo
O deputado Alberto Fraga demonstrou tranquilidade em relação ao fato de Jandira afirmar que vai processá-lo pelas declarações feitas no Plenário da Câmara. “A Jandira processa todo mundo. Isso é um direito dela”, disse ele.
“Eu disse que se mulher quer participar na política batendo como homem e não quer apanhar como homem. Ou seja, eu quis dizer, em outras palavras, que da mesma forma que a mulher participa igualmente da política”, afirmou Fraga, acrescentando que ficou indignado com a forma “acintosa” que a deputada se dirigiu ao deputado Roberto Freire. “O Freire estava conversando com o deputado a frente de uma forma normal. Ele tocava pelas costas. Ela veio e se posicionou na frente dele e não sei qual foi o texto. Ela começou fazer a afronta”, afirmou. “Quando eu disse, a mulher que quer participar da politica batendo como homem e não quer apanhar como homem. Já estão dizendo que eu disse que é para bater em mulher”, afirmou ele afirmando que é uma “tática da esquerda se vitimar”. (Correio Braziliense).