Vereadores de Petrolina visitam Hospital Universitário e encontram um cenário de caos na saúde pública

Pacientes com mais de 40 dias na fila de espera por uma cirurgia. Leitos lotados e macas pelos corredores. Não há mais espaço físico e nem atendimento adequado. Foi esse cenário de caos que um grupo de vereadores acompanhando o presidente da comissão de saúde da Câmara Municipal, Gilberto Melo, encontrou no Hospital Universitário de Petrolina, administrado pela EBSERH.

Os vereadores Gilberto Melo, Cristina Costa, Rodrigo Araújo, Junior Gás, Major Enfermeiro e Alex de Jesus se reuniram com o superintende do HU, Ronald Mendes e o Gerente de Atenção à Saúde, Luiz Otavio Nogueira. Levaram as demandas da população, fizeram muitas perguntas para saber como o município tem auxiliado a gestão do hospital e perguntaram principalmente, como melhor o atendimento às pessoas e reduzir as filas de espera por cirurgias. O vereador Major Enfermeiro declarou na reunião: “o hospital piorou depois que a Univasf assumiu a ortopedia”. Major explicou que é onde está o gargalo no atendimento do HU. E completou explicando que depois que recebem alta, os pacientes passam por uma romaria até conseguir uma revisão. Passam mais de três meses na fila de espera por uma consulta, e muitos ficam com sequelas. ”Falta contratar médicos para operar os pacientes” – completou Major.

Os gabinetes desses vereadores viraram ouvidoria da saúde pública, e quando a reclamação é em relação do HU, eles não tem respostas. “A gente não tem o que explicação para dar aos pacientes”, disse o vereador Junior Gás.

O superintende Ronald Mendes disse aos vereadores, que 84 técnicos e 12 médicos foram cedidos pelo Município ao HU. O agrava a situação é o fato de Petrolina atender além do município, outros 54 dos estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe e Ceará. São mais de dois milhões de pessoas para um hospital que tem 130 leitos. “A falência financeira dos municípios não permite que nos cedam mais profissionais” – completou Ronald.

Segundo Dr. Luiz Otávio, a regulação de pacientes feita pela Bahia por exemplo, encaminha para o HU pacientes de Senhor do Bonfim e Paulo Afonso que poderiam ser atendidos na unidades de saúde de Juazeiro, como UPA e Regional. “ O ideal é uma lista única de regulação e que nos possamos ter acesso para saber que hospitais recebem esses pacientes que muitas vezes estão aqui e deveriam está em outras unidades”, explicou Luiz Otávio.

Bruno Damasceno não entende de gestão hospitalar, mas conhece de espera. Ele é um dos 46 pacientes que precisam de uma cirurgia de fêmur. Sofreu um acidente de moto, está numa maca no corredor, sem previsão de alta. “Tem doze dias que tô esperando e nada, nem médico para avaliar aparece”, comentou.

A proposta da Vereadora Cristina Costa é conversar também com os médicos através da entidade de classe, para conhecer as dificuldades da categoria no trabalho dentro do HU. “Já ouvimos os pacientes e a direção do hospital, agora é importante saber o que pensam os médicos, e encaminhar soluções para diminuir o sofrimento das pessoas que estão pelos corredores e merecerem um tratamento digno”. Explicou a vereadora.

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