Sistema eleitoral brasileiro está falido, diz Rodrigo Maia por Edenevaldo Alves Postado em 13 de agosto de 2017 O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disseque o distritão, da forma como está sendo proposto, poderá ter efeitos negativos para o sistema eleitoral brasileiro, com a eleição apenas de candidatos que tenham condições de arcar com campanhas caras, e que poderá resultar no surgimento “de 513 partidos”. “O sistema eleitoral brasileiro faliu, e o Congresso precisa fazer mudanças. Conseguir aprovar o distrital misto para 2022 é maravilhoso”, afirmou, no Rio. “É um sistema que deu certo na Alemanha e que permite o fortalecimento das ideias, dos partidos e da sociedade, que fica bem representada. Equilibra os dois lados. O distritão, como está, é ruim. Não existe em quase nenhum país. Se não tiver fidelidade alta, acabaremos tendo 513 partidos”, sustentou. Maia também criticou o caráter permanente do fundo público de financiamento de campanhas, de R$ 3,6 bilhões, aprovado Quinta-feira (10) na comissão especial que trata da reforma do sistema eleitoral na Câmara. O dinheiro será usado já nas eleições de 2018. Pelo modelo do distritão, eleitores votarão apenas em candidatos a deputados e vereadores, sem a possibilidade de votar em partidos, e deixa de haver o quociente eleitoral; assim, são lançados menos candidatos por partido, e só os mais votados se elegem. Uma crítica ao sistema é de que candidatos mais conhecidos do eleitorado e com mais recursos acabarão sendo privilegiados, em detrimento de novatos. As novas regras só valerão para o pleito de 2018 caso sejam aprovadas por deputados e senadores até o dia 7 de outubro. Maia não acredita que um debate sobre a mudança do regime para o parlamentarismo possa ser feito agora. O modelo, em que o chefe de governo é um primeiro-ministro, de partido majoritário na Câmara, vem sendo defendido pelo PSDB já para 2022. Segundo o presidente interino da legenda, senador Tasso Jereissati (CE), será dado apoio, no escopo da reforma política, à cláusula de barreira, ao fim das coligações proporcionais e às mudanças no sistema eleitoral. Os tucanos defendem que o modelo distrital misto, no qual metade das vagas é definida pelo modo distrital, e a outra, por lista fechada de candidatos, determinada pelos partidos, seja encarado como um meio de transição para se chegar ao novo regime daqui a cinco anos. Para Maia, o distrital misto dará maior legitimidade ao processo eleitoral. O presidente da Câmara está no Rio de Janeiro nesta sexta para abrir um painel na Fundação Getúlio Vargas (FGV) intitulado “Desafios para o Brasil: A agenda de reformas e a segurança pública no Rio de Janeiro”. Ele falou à plateia presente, respondeu a perguntas e foi aplaudido.