Promotora Ana Rúbia reconhece a situação de superlotação vivenciada no HDM/IMIP e pede que os municípios da Rede PEBA assumam seus papéis

A promotora pública Ana Rúbia Torres, em recente declaração à imprensa local, reconheceu a situação de superlotação vivenciada pelo Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina. A declaração foi dada após a realização de uma audiência sobre os desafios da Rede Interestadual de Saúde do Vale do São Francisco (Rede PEBA), promovida pelo Ministério Público de Pernambuco e mediada pela 3º Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Petrolina, na curadoria da Defensoria da Saúde.

O evento, que discutiu assuntos como a necessidade de reimplantação da rede, aconteceu esta semana, no auditório do SESC, e contou com a presença de deputados estaduais, gestores de saúde dos municípios vizinhos, diretores dos hospitais envolvidos, representantes das secretarias estaduais de saúde e entidades. A fala de Ana Rúbia na imprensa surgiu como resultado das discussões que precisavam ser levadas à público.

“Na audiência nós podemos constatar que a Rede PEBA enfrenta inúmeros desafios, especialmente nas especialidades de ortopedia e ginecologia/obstetrícia. Isso em razão dos municípios baianos que compõem a rede não estarem cumprindo a pactuação feita em 2009. Mas, do lado pernambucano também nem tudo são flores, pois os municípios também não fazem o seu dever de casa. A atenção básica ainda é muito deficiente, principalmente no que diz respeito a atenção materno/infantil. Poucos são os municípios que tem maternidades funcionamento regularmente. A superlotação do IMIP em Petrolina acontece por conta disso. Uma unidade que é concebida para fazer apenas partos de alto risco está recebendo gestantes dos 55 municípios da Rede PEBA”, pontuou.

A boa notícia é que, de acordo com o a promotora, os municípios estão interessados em repensar seus papéis. “Os dois estados têm interesse em rediscutir e reimplementar a Rede PEBA. Para isso, já marcamos uma reunião para o dia 04 de julho, que acontecerá às 8h, na Secretaria Estadual de Saúde, em Recife. O secretário de saúde da Bahia também se comprometeu em reestabelecer pelo menos as cirurgias ortopédicas e fazer funcionar minimamente a parte de oncologia”, anunciou.

As dificuldades enfrentadas pelo Dom Malan por conta da superlotação são notórias, inclusive para o estado. Nesta quinta-feira (15), a unidade materno/infantil foi citada em uma matéria do Jornal do Comércio sobre as dificuldades de uma gestante dar à luz em Pernambuco, com ênfase na necessidade de descentralização da assistência. Neste cenário, o Hospital Dom Malan fica em primeiro lugar na quantidade de partos realizados, com 7.158 feitos no ano passado, superando o próprio IMIP Recife e maternidades metropolitanas como o Hospital Barão de Lucena. De acordo com a reportagem, a situação de superlotação tem se agravado devido ao fechamento de algumas maternidades municipais de baixo e médio risco.

Algumas medidas têm sido tomadas pelo governo do estado para diminuir esse caos, já que 60% dos partos realizado em Pernambuco acontecem na rede estadual de saúde. “Para ampliar a assistência às gestantes a secretaria de saúde tem atuado na implementação do pré-natal de alto risco, principalmente no interior, nos hospitais regionais e nas Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada, buscando assim diminuir o número de internamentos excessivos por causa de problemas na gestação”, diz a reportagem do JC.

De acordo com o superintendente do HDM, Etiel Lins, o Dom Malan recebe a notícia com satisfação: “É importante que toda a população saiba das nossas dificuldades, considerando o número de partos que realizamos por mês, que gira em torno de 600. Se há um comprometimento do atendimento é devido à essa superlotação. Então, ficamos felizes de saber que algo está sendo feito para mudar essa realidade”.

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